A agência de notação financeira Moody’s, de acordo relatório citado pela Reuters, decidiu, ontem, cortar no nível de “rating” da selecção portuguesa, por entender que, a médio prazo, esta vai continuar «com pouca força», tal como evidencia a “deterioração da defesa nacional” e o “escasso nível de performance ofensiva”. De qualquer forma, a principal razão que terá estado na origem deste súbito corte no “rating” da selecção nacional residiu em dois “default“ consecutivos que fizeram disparar o nível de risco de eliminação da fase final do Euro2012. Para a Moody`s as perspectivas de evolução da selecção nacional vão continuar a ser negativas. E só a médio ou longo prazo se poderão sentir os efeitos das aguardadas medidas positivas da Federação, envolvendo, nomeadamente, o desenvolvimento de um processo de “downsizing” e a consequente colocação em situação de “layoff”do actual, aliás, do recém - suspenso, perdão, do ex- ou futuro ex-seleccionador nacional, enfim, haa, hum, sim, esse mesmo, o Professor.
Este corte no “rating” é, assim, o culminar dos alertas feitos pela casa de notação financeira desde a fase final do Mundial da África do Sul. Na altura, a Moody`s exigia mais pormenores sobre o Plano Estratégico “Queiroz” (PEQ) 2010-2012 para definir a sua classificação. Mesmo com estas previsões pouco optimistas para o curto prazo, o Prof. Cantigas, reputado analista de risco, disse à Lusa acreditar no objectivo português de redução do défice de pontos para o primeiro classificado no Grupo H de Apuramento para o Euro 2012, mas alerta que a falta de consolidação do processo defensivo e a ausência de reformas estruturais no modelo de jogo vão limitar o crescimento da selecção nacional. Dada a necessidade de manter uma rígida estratégia defensiva nos próximos jogos, os riscos para o crescimento do nível de performance ofensiva estão claramente do lado negativo", afirmou aquele especialista.
Neste contexto, o Prof. Cantigas defende "cortes de 10% a 20% no número de jogadores das “quinas” em campo, por forma a criar maiores probabilidades de gerar uma melhoria duradoura na defesa nacional e, de seguida, uma melhor performance ofensiva”. Aquele perito, admitiu, no entanto, que, a menos que o activo Cristiano Ronaldo consiga recuperar rapidamente a sua capacidade goleadora em situações de um contra quatro, o endurecimento das estratégias defensivas levará a um menor crescimento da performance ofensiva de curto prazo, pior ainda do que aquele que tem vindo a ser assumido até agora.
O relatório bi-anual, em que a Moody’s, explica as decisões tomadas nos últimos seis meses ao nível dos "ratings", sublinha, por fim, que os ajustamentos tácticos da era pós -Queiroz serão "difíceis e dolorosos" e menciona Portugal como uma das selecções que mais devem sofrer para poderem vir a estar presentes na fase de apuramento do Euro 2012. A agência aponta que "nos próximos seis a nove meses, pelo menos, o impacto no crescimento da equipa nacional será provavelmente negativo (...). De qualquer forma e apesar de entender que a incerteza na recuperação da selecção portuguesa é maior que em situações anteriores, a Moody's considera "encorajadoras" as medidas que têm vindo a ser ponderadas pela Federação Portuguesa no sentido de proceder a um ajustamento estrutural no comando da selecção nacional. A agência acredita mesmo que, caso Paulo Bento assuma o comando da selecção nacional, Portugal irá adoptar medidas adicionais de contenção defensiva já em 2011, para cumprir as metas pontuais. De acordo com o referido relatório, «Existe uma forte pressão sob a selecção portuguesa para que esta consiga atingir os objectivos fixados para 2011 e, nesse sentido, acreditamos que serão apresentadas novas medidas estruturais que farão evoluir favoravelmente o modelo de jogo para um losango já nos próximos jogos da actual fase de apuramento».
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