sexta-feira, 17 de maio de 2019

O custo de oportunidade de falar do que se não conhece

Tive a oportunidade de escrever este “post” sobre as rescisões dos jogadores do Sporting e os acordos que o Sousa Cintra tinha vindo a desenvolver. Recorri aos famosos conceitos do “Dilema do Prisioneiro” e do “Equilíbrio Nash” para explicar que a procura do interesse próprio de cada uma das partes tanto poderia levar a um acordo ou a acordo nenhum, ganhando todos ou perdendo todos respetivamente. Os dados que apresentei para explicitar a estratégia de cada uma das partes que participava neste jogo eram simbólicos e, portanto, fictícios. Os acordos foram sendo feitos e o que pareceu evidente era que os acordos eram sempre melhores do que as alternativas, isto é, os não acordos. 

Entretanto, chegou-se ao mais recente acordo com o Gelson Martins. Existe um consenso: é um mau acordo para o Sporting. Quem assim afirma esquece-se de nos explicar qual seria, então, a melhor alternativa. A única alternativa conhecida é o não acordo e a decisão judicial. A decisão judicial tem um grau de imprevisibilidade relevante e mais imprevisível ainda são as consequências dessa decisão. Mesmo que exista absoluta convicção sobre os méritos da posição do Sporting, ninguém consegue antecipar as consequências. 

Ninguém sabe se as consequências recairão completamente sobre o jogador e, sendo assim, como é que será determinada a indemnização e, mais do que isso, se o jogador disporá de condições para a pagar (a simples insolvência pessoal determina a possibilidade do Sporting não se ver ressarcido de nada). Ninguém sabe se as consequências recairão também e em que grau sobre o Atlético de Madrid e as diversas formas que este clube teria de prorrogar o não pagamento de qualquer indemnização, obrigando a um outro acordo para o Sporting receber o que quer que seja, abdicando agora de um acordo para ter de chegar a outro mesmo que viesse a ganhar o processo judicial. Neste como noutros casos semelhantes, o tempo corre sempre contra quem espera ser indemnizado, dificilmente sendo ressarcido dos danos causados e sobretudo na dimensão dos danos causados no passado reportados ao momento presente com taxa de atualização razoável. 

Numa economia de mercado o preço é justo ou injusto em função do seu custo de oportunidade, a melhor alternativa em idêntica situação de risco. O Mundo como o conhecemos não é uma parábola onde no final ganham sempre os bons e os justos. A realidade, o nosso dia-a-dia e o das instituições, dispensa bravatas e títulos de jornais. Como diz o Woody Allen, a realidade por mais dura que possa ser ainda é o único lugar onde se pode comer um bom bife. Os erros não se corrigem, nem se desculpam, evitam-se simplesmente. É verdade que o envolvimento de intermediários e o pagamento de comissões sobre serviços que se desconhecem constitui o lado obscuro do futebol. Há muito tempo que a absurda circulação de dinheiro sem explicação nestas transações deveria levar as instituições que nos representam a tomar medidas. Mas essa, embora mais interessante, é outra discussão. 

Nada disto impede que a Direção do Sporting dê devidas explicações a todas as partes interessadas deste negócio, especialmente aos sócios. Também é verdade é que se as desse com o necessário detalhe se estaria a fragilizar do ponto de vista da sua posição de mercado e correria o risco de ser criticada como foi quando se procedeu à divulgação da auditoria. Existe é uma verdade: o custo de oportunidade de falar do que se desconhece é falar do que se conhece, pedir as necessárias explicações do que se desconhece ou estar calado. É mais fácil ajuizar esta decisão do que ajuizar a decisão do acordo.

15 comentários:

  1. Portanto, amigo, o que posso depreender das suas palavras é que, em qualquer dos casos, estamos tramados! Parece-me que o meu amigo desconfia mesmo da tal de Justiça, não é? Se calhar, tem mesmo razão e é isso que a mim me assusta verdadeiramente! Pode repetir-se a cena? Pode! Podem existir camuflagens como existiram há um ano atrás? Podem! Pelo menos na minha maneira de interpretar os factos que vieram a público.
    E, na minha liliputiana opinião que existiram forças ocultas, ou nem tanto, existiram! Estou cansado, farto e a rebentar pelas costuras de tanto pensar, repensar, revolver, torcer, remoldar e, sei lá mais o què!Só um desabafo, que, no entanto, me persegue em toda a minha vida de ser consciente:
    VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!!

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    1. Meu caro,

      O meu ponto não é bem esse. Numa sociedade funcional o recurso à justiça devia ser a exceção e não a regra. Existem conflitos mas também existem regras morais de convivência entre as pessoas e instituições que deviam ser mais importantes do que são na regulação social. Com a idade estou um pouco conservador.
      A justiça tem o seu tempo e ao ter o seu tempo é injusta. Nestas circunstâncias prevalece o aforismo jurídico de que “vale mais um mau acordo do que uma boa demanda”. Enfim, o acordo é mau, o problema é saber se se consegue melhor nas circunstâncias atuais.

      SL

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  2. Acho que o maior problema disto tudo é mesmo o tempo que demora a haver uma decisão judicial. Se o sistema fosse rápido a resolver estes casos, metade destes problemas desapareceria.

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    1. Meu caro,

      Completamente de acordo. O tempo é a variável crítica neste processo. O tempo corre para quem está a perder e corre ainda mais quando o jogador não se conseguiu afirmar no Atlético de Madrid. Não tem o jogador, não tem o dinheiro, não tem liquidez, contabilisticamente corre para uma imparidade qualquer um dia destes que, mais tarde ou mais cedo, se fará refletir nos resultados. Recebendo algum, mesmo que pouco, certos problemas podem não ficar resolvidos mas sempre se empurram para a frente.

      SL

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  3. Amigo Rui,


    Vejo-me a discordar de si, algo que é raro mas lá acontece.

    Apesar de sabermos as complexidades jurídicas inerentes a um processo deste tipo, bem como o risco de poder não ver um tusto furado, existe algo muito mais intangível que é fundamental preservar.

    A verticalidade de um clube não se deve compadecer com este tipo de questiúnculas, temos a próxima época mais ou menos orçamentada, cortesia de William, Patrício e Bruno Fernandes, bem como o "negócio" com a Apollo.

    Não faz sentido correr atrás de pennies on the dollar quando já tens duas bases de segurança:

    1 - Os clubes não fazem acordos se sentirem que podem ganhar em tribunal

    2 - Se os próprios jogadores aceitam fazer os acordos é porque têm plena noção da estreiteza temporal da sua carreira e de como o Sporting, correctamente defendido, pode pôr em causa tudo o que estes jogadores atingiram.

    Assim sendo, para mim, era entrar a pés juntos contra todos os jogadores que rescindiram com o Sporting.

    Eu até fui contra os acordos de William e Patrício, mas o que está feito, feito está.

    Um abraço,
    Picareta Oceano

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    1. Caro Amigo,

      Consigo tenho de me explicar melhor.

      Este texto é mais revelador da arrogância do professor de economia do que propriamente daquilo que sou como pessoa e sportinguista. Às vezes dá-nos para isto. O texto inicial também tem um enorme valor sentimental para mim. Escrevi-o, mandei-o para a minha filha e na resposta levei uma lição de economia que me obrigou a mudar o “post”: a teoria dos jogos já não era para mim. É nestes momentos que percebemos que estamos velhos mas que valeu a pena.

      O seu primeiro argumento é o melhor e o melhor que me define a mim também para ser justo. É o argumento do “Ninguém Escreve ao Coronel” do Garcia Marquez. Há coisas que não têm preço. Quando lhes atribuímos um preço deixam de ter o mesmo valor. A verticalidade não tem preço porque nem sequer sabemos estimar o seu valor nem pode existir mercado para ela quando somos decentes.

      O meu argumento resulta mais de nem sempre na argumentação que fui vendo escrita aparecer clara a alternativa e o preço também da alternativa. A alternativa não é um acordo melhor. A alternativa é um não acordo. Um não acordo tem um preço e não se vive de expetativas, mesmo que razoáveis. Se o seu argumento moral é imbatível, o económico-financeiro também abre luz ao debate. Em princípio, teríamos condições para pagar o preço do não acordo. Ora se assim fosse, pode fazer sentido o não acordo. Era este tipo de coisas que a Direção devia explicar. Não precisa de entrar em pormenores. Só nos precisava de explicar se tínhamos condições de pagar o preço ou não. Se tínhamos, o próximo lance tinha de ser do Atlético de Madrid se quisesse chegar a acordo.

      Quanto aos últimos pontos, não posso estar mais de acordo. Todos estavam interessados no acordo porque de outra forma não se tinha chegado a acordo nos termos do meu primeiro equilíbrio de Nash. Todos tinham alguma coisa a perder com o não acordo. O que parece é que o Sporting tinha mais do que os outros, clube, jogador e empresário. Conviria o tal esclarecimento da Direção.

      Um abraço

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    2. Compreendido! Mais claro do que isto não me parece que seja possível! Obrigado!

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  4. Caro Rui:

    Também existiu um custo de oportunidade para os espanhóis e olhe que eles estavam ainda mais pressionados do que nós. Não esquecer de que o Atlético já tinha a Uefa à perna, precisamente por terem contratado atletas em litígio, penso eu. Assim sendo, será válida a conclusão que eles, tal como nós, não tinham alternativa

    Acresce o facto de que o adiantamento das verbas da NOS, por intermédio dos fundos Apollo; também tenho a minha opinião mas não a escrevo; possibilitou-nos a almofada necessária para não fazer negócios à pressa.

    Mais ainda, os nossos "amigos espanhóis" dobrarão em lucro o investimento do "roubo" pois que agora, após o acordo, já lhes é possível transferir o activo para o Mónaco, livrando-se simultaneamente de um encargo que se muda para cá: 4 milhões/ano.

    Para não escrever sobre o custo da oportunidade ou melhor da não oportunidade, para os jovens da formação, com a aquisição de mais uma pérola que, com certeza, irá ter infinitos minutos de jogo, a exemplo de outras "estrelas" de fora que jogam até ao infinito, rendendo pouco mais que zero. Espero enganar-me

    Para mim é óbvio quem ganha com isto: o Atlético e o nosso Agente em Havana, Jorge Mendes, que consegue transformar mentiras em verdades e sempre a facturar.

    O chamado middle man que lucra com a preguiça e apatia dos outros.


    Atentamente:

    Miguel Correia

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    1. Caro Miguel Correia,

      O equilíbrio de Nash pressupõe jogadas simultâneas e não sequenciais. Penso que a primeira jogada foi do Varandas quando disse que não considerava a hipótese do acordo entre dois clubes tão importantes. O Atlético de Madrid não reagiu com reciprocidade, mostrando essa vontade também de chegar ao acordo. Sendo assim, ficámos vulneráveis. A primeira jogada foi nossa no sentido do acordo e a jogada seguinte não foi no mesmo sentido. O resultado só podia ser um mau acordo para nós.

      A longo prazo também é um mau acordo para o Atlético de Madrid. Um clube com a fama que tem só se prejudica a prazo com este tipo de jogadas de andar a contratar jogadores desavindos. É mais difícil para eles negociarem com outros quando os outros sabe que estão sempre dispostos a tudo. Na próxima, terão mais dificuldades em negociar e terão piores acordos.

      O problema principal é o do homem do meio. Com o Acórdão Bosman, parecia que era a liberdade total dos jogadores ao deixarem de ser reféns dos clubes. Com isto, arranjou-se um novo mercado em que são mais escravos do que eram, com exceção dos grandes jogadores. Apareceram os empresários que passaram a ser donos deles. Os clubes ainda eram instituições coletivas e sujeitas e escrutínio. Os empresários são uma coisa que não se percebe ou percebe-se bem de mais. São empresários mas não se conhece o empreendimento a que se dedicam. Não fazem os jogadores, não gera nenhum mercado novo porque o mercado está à vista de todos nós, bastando ligar a televisão para se saber qual é a oferta, não geram nenhum valor para o futebol. A sua atividade é simplesmente especulativa montada num esquema de Ponzi de dinheiros provenientes de locais desconhecidos.

      SL

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  5. Vou falar do que não conheço com a agravante de o fazer do smartphone para o qual os meus dedos são demasiado grossos. Isto para dizer que acho o negócio muito mau para o Sporting mesmo se possa ser óptimo para o JM e mesmo para FV. No fundo são dois negócios que somam 30 M dos quais 10% equivalem a 3M bonita quantia, penso eu. Se eu fosse sócio com voz teria sugerido um negociador com capacidades para tal e nem sei quem foi o negociador! Se eu fosse sócio talvez me decidisse a deixar de o ser por efeitos cumulativos acumulados. Mas, nem uma coisa nem outra, estou num período sabático de aprendizagem...

    Que ganhe o Sportng!

    SL

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    1. Caro Aboim Serodio,

      Espero que não exista gato escondido com rabo de fora ou, pior ainda, rabo escondido com gato de fora. O Varandas não tem cara de grande negociador. Mas a cara também não interessa muito. Interessa a estratégia e pontos fortes que nos permitam esconder os fracos e colocar à defesa o adversário. No final, cede-se sempre alguma coisa porque um acordo é sempre um acordo e os dois têm de ganhar. O problema é o Sporting ter partido para este negociação sem aparente vontade e condições para arranjar melhor.

      Que ganhe o Sporting é o que desejo também e de preferência contra o Porto amanhã!

      SL

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  6. Caro Rui Monteiro,
    Coisa rara não concordar consigo! Neste caso é precisamente a oportunidade (e não o custo desta) que me custa a engolir.

    Como disseram os nossos consócios mais acima, o encaixe conseguido com a antecipação da NOS ( mais os 3 milhões da venda de Jonathan) deveria valer ao Sporting, mediaticamente falando, uma posição de força negocial perante o Atlético de Madrid.

    Não percebi a pressa do Sporting em aceitar este péssimo negócio (ainda não sabemos se há custos de intermediação e prémio de assinatura para Vietto) quando poderíamos deixar correr o tempo de forma a obrigar os colchoneros a abrirem os cordões a bolsa.
    Quem estava pressionado pelo tempo era o Atlético de Madrid pois tinha de resolver urgentemente este assunto para poder vender Gelson Martins ao Mónaco, supostamente o único clube interessado e disponível para bater a cláusula de opção de 30 milhões. Com a agravante de que estando o caso de Gelson em tribunal, o Atlético sabia do risco de sofrer mais uma punição da UEFA que os impediria de inscrever jogadores, por serem reincidentes. Ou, seja, quem estava com a corda no pescoço era o Atlético e não nós! Parabéns ao presidente do Atlético de Madrid pela habilidade negocial!

    Por último dizer que uma das coisas que me faz orgulhar em ser Sportinguista é o facto de termos uma matriz onde certos princípios e valores são inegociáveis.
    Aquilo que sinto actualmente é que já não se olham a meios para atingir os fins pretendidos. Foi Jorge Mendes quem garantiu que Rui Patrício e os outros jogadores não regressassem ao Sporting. JM não era o representante de Rui Patrício e Gelson (e não o é de Bruno Fernandes) e no entanto esteve a intermediar todas estas negociações. Pergunto-me como aceitamos negociar com um agente que esteve directamente ligado a todo o mal sofrido pelo Clube e ainda o premiamos por nos ter deixado de joelhos nas mãos de clubes sem ética.
    Espero sinceramente que Podence e Leão sejam resolvidos em tribunal para percebermos até que ponto os processos destas rescisões poderiam ou não ser positivas para o Sporting. Prefiro isso a aceitar 5 milhões por cada um deles.
    SL
    JHC

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    1. Caro JHC,

      Hoje tive uma discussão política com a minha filha. Estávamos de lado opostos. No final, aproximámo-nos sem ficarmos de acordo, porque nunca precisamos de estar sempre de acordo. O que importa é perceber o ponto de vista dos outros para que os outros percebam o nosso.

      Vou-me repetir, depois de responder a várias interpelações como a sua.

      O que fui lendo foi uma crítica sem que ninguém explicasse que existia outra alternativa para além do não acordo e o preço do não acordo. Mesmo que se ganhe em Tribunal é preciso receber a indeminização. Da decisão até se receber vai um caminho longo. Por isso é que depois de uma ação deliberativa vem muitas vezes uma ação executiva porque as deliberações só se executam se houver condições e vontade para isso. Ganhar não é líquido e o preço de ganhar não é igual a zero.

      Tem dois argumentos que valorizo muito. O principal é o último. O que aconteceu em Alcochete é responsabilidade do Sporting e isso devia ser claro para todos, independentemente da culpa de quem efetuou a invasão. Agora daí à rescisão vai um passo maior do que a perna. Há jogadores que têm mais razões dos que outros e outros ainda que não parecem ter nenhuma. Uma coisa é o Bas Dost que foi agredido outra bem diferente é o Gelson Martins que não se conhece outro dano a não ser o do susto. Houve aproveitamento da situação e os empresários aproveitaram a fragilidade do Sporting. Como diz, não se negoceia com quem não nos respeita.

      Outro argumento que valorizo é o do tempo também correr contra o Atlético de Madrid que quer vender o jogador para o Mónaco. No entanto, estas triangulações com o Mónaco também parecem ter o dedo do de costume. Em condições normais, ninguém vende um jogador a não ser de forma muito desvalorizada quando existe um contencioso. Agora, para isto ficar como deve só falta o Benfica para se fazer o triângulo mágico com o Atlético de Madrid e o Mónaco.

      Enfim, depois de todos os argumentos e da minha falta deles, a conclusão é que o meu custo de oportunidade de escrever também é baixo, só precisando de não o fazer.

      SL

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    2. JHC
      Jorge Mendes entra nos negócios caído de paraquedas?
      Qual o empresário do negócio do treinador de extrema direita que vinha ganhar 4 milhºoes/ano, 3 anos de contrato? Onde foi o Sporting "sacar" o dinheiro para este e para os 7 milhões de JJ?
      Quando há muitos milhões de € a circular o Sportinguista desconfia.

      Gelson actualmente esta desvalorizado, em Madrid consideram.no "flop". A venda para o Mónaco esta condicionada pela permanência deste na primeira divisão, que esta complicado.
      Voceê é um embaixador, sem embaixada, de BdC, aparece em todos os blogues a denfender o seu messias e a atacar o atual Presidente democraticamente eleito.

      João Balaia

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    3. A si, João, o JHC devia responder: "Quem diz é quem é!". Evidentemente.

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