segunda-feira, 20 de maio de 2019

Play it again Sam

Sobre a passagem da manada de elefantes no Dragão, sábado passado, como entretenimento de final de campeonato, já nos disse praticamente tudo o nosso capitão Rui Monteiro. Aos caídos, diz que alguns jogadores do Sporting lá conseguiram chegar aos balneários sem que o VAR ou um dos árbitros os expulsasse por conduta violenta contra o espaço cognitivo que acompanha o túnel de acesso aos desejados duches. Mas, como todos sabemos, há sempre um pré-match que salga e apimenta os momentos seguintes. É quase tão importante como o post-match, e ambos são muito mais importantes que o jogo em si. Toda a gente sabe disso.

Toda, menos o Keizer: nada disso está (apenas) relacionado com o conhecimento das idiossincrasias do futebol português, embora estando; nem sequer com o festival de papas de sarrabulho de Amares, embora a sua ausência tenha sido notada; nem sequer com o desconhecimento da língua de Camilo, embora desse jeito perceber aquilo que os outros para aí dizem e escrevem. O meu sobrinho pequeno (também) sabia que o segundo jogo com o Porto (a final) era mais importante que o primeiro. Sabia, mas não o disse. Nem em conversas familiares o rapaz se descosia. O foco, seja lá isso o que for, era o próximo jogo. Keizer sabia que o jogo da final era (e é) o mais importante e disse-o. Não precisava nem tinha que o fazer. Ainda por cima anunciando mudanças e entrando depois em campo com Acuña, mister lesões Mathieu e Bruno Fernandes. Tudo malta perfeitamente substituível no jogo da final.

Keizer, se lesse na língua de Camilo, tinha percebido que durante a semana o presidente do clube rival se tinha desdobrado em entrevistas, editoriais, anunciando o apocalipse (supostamente) causado pelos árbitros ao seu clube, bem secundado na estratégia pelo seu cão de fila da propaganda. O campeonato estava perdido, eles bem o sabiam. E nós sabíamos – o meu sobrinho sabia-o bem – que o jogo do fim-de-semana seria uma demonstração de força (no sentido tamanqueiro e trauliteiro do termo) do nosso rival. De intimidação, pois claro. O árbitro também o sabia, como se viu. O VAR também. O Paulinho Santos sabe-o há muito anos e tem uma tese de mestrado sobre o assunto. Ao entrar com o Fernandes, o Acuña e o mister lesões Mathieu, Keizer demonstrou que não o sabia. E também demonstrou que não tem ninguém que lho diga. Por isso será melhor aprender rapidamente a língua de Camilo e começar a frequentar a tasquice mundana. Assim continuará a dar cartas na estratégia e na táctica, sem nunca se esquivar a uma boa sueca. Estamos a referir-nos ao jogo de cartas, bem entendido

12 comentários:

  1. Caro Gabriel,

    Não sei o problema dele é a língua portuguesa ou a sagacidade. É que o inglês dele também não é famoso, o que para holandês não deixa de ser estranho. Sempre podia recorrer ao google translator para ler A Bola, que sem dúvida até ficará mais compreensível assim.

    De facto, ou o homem passa a frequentar umas tantas tascas para perceber no que está metido ou estamos mal. É que se pôs a jeito de sair do Dragão com menos de metade da equipa (que interessa). A sorte dele é a coreografia do Porto ter deixado a desejar.

    Um abraço,

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    1. Caro Rui,

      Em Roma sê romano. Ou, pelo, menos aparenta, como a mulher de César. Não há como um boa suecada.

      Um abraço

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  2. O pretenso treinador do SCP deu mais uma amostra da sua capacidade (está bem para o pretenso presidente) ao pôr a jogar o acuna, o b.fernandes e o Mathieu. Além disso aquela substituição do l. Filipe pelo Dost atirou-nos trinta metros para trás. brilhante.

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    1. Meu caro,

      Não me parece que Keizer seja incapaz ou lhe falte sagacidade táctica. Mas todos sabemos que isso não é suficiente. É preciso dominar o tabuleiro onde se lançam os dados.

      SL

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  3. Quer-me parecer que o mal aqui não é o Keizer ter feito entrar três dos principais esteios da equipa esta época. É a gente saber de antemão que eles iam levar fruta a dar com pau, ou pau a dar com fruta, tanto importa, e que estaria tudo mais ou menos alinhado para os pôr de fora do Jamor. Conseguiram? Não.
    Antes do jogo, também achava que devíamos ir ao Porto sem os principais titulares. Mas não me atrevo a condenar o Keizer por ter levado estes três.
    Se tivesse sido outro qualquer, tinha feito um grande discurso em portuguÊs sobre isso e estaria hoje a ser elogiado como tendo grande coragem e consciência cívica. Como é o nosso... Estão cá os nossos na primeira linha da blogosfera para descarregar.
    Ao menos esperem por sábado para ver o que acontece. Ainda há contas para fazer. Mas uma coisa já sabemos: o Sporting entra em campo porque eliminou o novo campeão nacional. No mesmo sistema, com os mesmos padres, o mesmo papa e antipapa.
    Ser treinador de um futebol em que se joga contra 14 (não milhões, que esses seriam 15) é difícil para qualquer um. Mesmo com os seus erros proprios, que os há. Mas quem não os tem? Estes ao menos são bem mais baratos.

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    1. Meu caro,

      Até o meu sobrinho sabe-se calar quando é preciso.
      Quanto ao resto, já era tempo de Keizer começar a dominar as nuances do jogo não jogado. Elas nem sequer são específicas de Portugal, creia-me.

      SL

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  4. O sistema de jogo do Fcp de Conceição é o futebol do empurrão e da cacetada e tem bons intérpretes tais como Felipe, Pepe, Herrera, Soares, Marega, etc. Até Militão já aprendeu. Claro que para executar a coreografia, para usar um termo de outro comentário, com sucesso, há que beneficiar do beneplácito das arbitragens. Como os seus jogadores não conseguiram levar a nau a bom "porto", nomeadamente nas provocaçãoes ordinárias a Acuna, o Staff do Fcp entrou todo em campo; o Duarte Gomes contou 52 pessoas no relvado do Dragão; é extraordinário e digno de um clube do terceiro mundo. Com as Toupeiras em Lisboa e estes Arruaceiros no Porto, o Sporting tem que mudar de postura, não para voltar à basófia inconsequente do passado recente, mas ser rijo e consequente quer nas palavras e nas acções, ou seja há que encarar o futebol como um negócio e nos negócios não há amizades.

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    1. Meu Caro,

      O Porto é isso. Sempre foi. Às vezes esconde a mão, outras o pau. Não é clube com quem se negoceie seja lá o que for.

      SL

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  5. Excelente, meu caro. Na mouche.
    O keiser não conhece o Paulinho Santos. Nem o bicho. O Keiser nunca leu o Camilo. Mas pode ser que ainda vá a tempo. Se não perceber isso, volta para a Arábia para a compnahia do Jesualdo e do Vitória.

    ABraço

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    1. Obrigado meu caro,

      NO Sporting nunca se sabe. Mas o treinador neste caso merece começar uma época desde o início. Quem sabe não aparecerá n próximo festival das papas de sarrabulho.

      Abraço

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  6. Sérgio Conceição est un sanguin. Un personnage un peu fou, qu’il vaut mieux éviter de mettre en rogne. Quelques exemples ? Une gifle envers un journaliste, coupable de mauvaises critiques à son égard en juillet 2005 ; une bagarre avec le portier grec Nikopolidis en 2008 dans le tunnel ramenant aux vestiaires les équipes du PAOK et d’Olympiakos. Encore ? Un crachat en direction du joueur de Zulte-Waregem Stijn Meert en demi-finales aller de la Coupe de Belgique en mars 2006. Expulsé et furieux, il enlèvera son maillot pour le jeter au visage de l’arbitre. Un écart de conduite qui lui vaudra 4 mois de suspension. Et la liste de ses frasques est encore longue…
    Peço perdão por ter transcrito um texto numa língua que não é a do Camilo mesmo sendo a da minha amiga Camille. Ele estará no Jamor porque é contra o Sporting mas já lá o vi contra o Sporting. "Si par hasard" os VAR/árbitro tiverem que deixar o Sporting ganhar estou curioso que novo cúspide utilizará! Não creio que espere pela medalha e não acredito que se ampute dos seus órgãos reprodutores como ameaçou já ao serviço do Nantes. Cortará ele a língua?

    Qui vivra verra...
    SL

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    1. Meu Caro,

      Como diria o Camilo se lê-se o Le Figaro: les jeux sont faits.

      O rapaz já perdeu tantas vezes a cabeça que, como bom chefe de família, tentará, ao menos, preservar os seus orgãos reprodutores.

      SL

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