Praticamente tudo foi dito sobre a vitória da nossa equipa na UEFA Futsal Champions League. No entanto, carregou-se mais nos adjetivos do que na análise do percurso que nos levou a esta vitória e na forma como se foi aprendendo com as derrotas. O nosso cérebro está preparado para estabelecer relações de causa e efeito, quando muitas vezes os resultados se devem ao acaso. Não percebo grande coisa de futsal, nem sequer aprecio de sobremaneira esta modalidade. Mas, como todos, na minha cabeça gerou-se um entendimento sobre as causas que levaram a este sucesso.
Nas anteriores finais que disputámos, fiquei sempre com a convicção que coletivamente éramos tão bons ou melhores do que os adversários e os nossos jogadores dispunham de qualidade técnica pelo menos equiparável. Sempre me pareceu é que éramos mais frágeis na dimensão física e na baliza, onde os nossos guarda-redes, apesar de bons, não estavam ao nível dos adversários. A tudo isto, somávamos um certo romantismo: dificilmente se via uma biqueirada sem propósito e havia uma obsessão em trocar a bola e sair sempre a jogar. As dispensas e aquisições desta época visaram colmatar estas falhas. Passámos a ter um guarda-redes tão bom como os melhores, Guitta, e os regressos de Erick Mendonça e de Leo Jaraguá conferiram uma maior capacidade física e de choque com os adversários. A tudo isto somou-se um maior pragmatismo. Assistimos a jogos em que os jogadores, incluindo o guarda-redes, não tinham grandes problemas em colocar a bola na frente sempre que pressionados.
Estas alterações resultaram da fria análise de Nuno Dias às derrotas passadas e da disponibilidade da direção do Sporting e, em especial, de Miguel Albuquerque para as promover. As exibições e os resultados não começaram por ser os melhores. Deixámos de ser arrasadores no campeonato nacional e o Benfica parecia o favorito. Não só não desanimámos como subimos a parada e, em finais do ano passado, renovámos com o Nuno Dias, até 2022. O sinal foi inequívoco: era com estes jogadores e com esta equipa técnica que pretendíamos ganhar todas as competições. A competência faz-se da análise dos nossos pontos fracos e fortes em relação à concorrência e de alterações em conformidade e da capacidade de resistir à tentação de tudo mudar quando existem reveses, aprendendo com as derrotas, que são a mãe das vitórias futuras.
O comentário era meu, caro Rui.(Saiu anónimo.)
ResponderEliminarUm abraço.
Pedro Azevedo
Caro Pedro,
EliminarFicou a assinatura mas não encontro o comentário.
Um abraço,