domingo, 4 de fevereiro de 2018

Jesus, Nossa Senhora!

Os nossos rivais ganharam ontem. Comentava-se que jogaríamos contra o Estoril sob pressão por essa razão. Nada de mais errado. Não precisamos dos adversários para isso. Sabemo-lo fazer sem ajuda de ninguém. Arranjou-se uma Assembleia Geral e umas escaramuças sobre estatutos para tudo se concluir com um período de reflexão do Presidente para ponderar se se demite ou não. Entrámos em campo sem se saber se amanhã temos Direção e se, porventura, não se tem que efetuar novas eleições. Isto tudo numa semana em que ganhámos a Taça da Liga, passámos para a frente do Campeonato e vimos o Presidente e um Vice-presidente do Benfica constituídos arguidos. É obra!

Contrariamente ao que se possa pensar, não considero que a primeira parte tenha sido a pior. Com o Doumbia o jogo estica-se mais um pouco e a equipa pressiona melhor na frente. Só que, jogando contra o vento, tínhamos dificuldade em sair à biqueirada em momentos de pressão. Levámos um golo de canto. O Coentrão ainda safou à primeira, mas não pôde fazer nada na recarga. Sem saber ler nem escrever o Estoril chega ao primeiro e logo a seguir ao segundo golo. Nesse lance, a defesa ficou a olhar para o bandeirinha e o próprio avançado também, que por desfastio acabou por marcar, à segunda, sem grande convicção.

A equipa reagiu e criou duas oportunidades de golo-feito. Na primeira, o Coates, isolado, rematou para a bancada. Na segunda, o Bruno César falhou o remate com a baliza aberta. Acabámos a primeira parte em cima do Estoril e iniciámos a segunda no mesmo registo. Rapidamente, criámos três oportunidades. Por isto ou por aquilo a bola não entrou. E é por volta da hora de jogo que os Jorge Jesus resolve enterrar-nos definitivamente. Não bastava estarmos com o depressivo Montero em campo. Era preciso metermos dois jogadores de futebol de salão: o Bryan Ruiz e o Rúben Ribeiro. Não bastava jogar com dez, era necessário arriscar tudo e passar a jogar com oito. A partir da última substituição, não mais o Sporting conseguiu pressionar o adversário e criar oportunidades, expondo-se a sofrer mais uns tantos que o Patrício fez o favor de salvar, para não sairmos de campo não só derrotados como humilhados.

A equipa do Sporting não está desde há muito a jogar nada. O Jorge Jesus quer-nos fazer crer que está tudo pensado e que estamos a jogar à italiana. Considerou ainda que a vitória na Taça da Liga lhe dava razão e explicava uma tática qualquer que diz dispor mas que ninguém entende. É pura e simples banha-da-cobra para enganar tolos. O Sporting tem uma defesa excelente e um trinco campeão Europeu. Dispõe de um ponta-de-lança de nível europeu, apoiado por dois excelente jogadores, como o Gelson Martins e o Bruno Fernandes. O que explica os resultados são a qualidade dos jogadores e as probabilidades.

É para jogar o Bryan Ruiz, o Rúben Ribeiro e o Montero que entra e sai um camião de jogadores a cada abertura de mercado? Foi para eles jogarem que se dispensou o Gelson Dala, o Yuri Medeiros e o Francisco Geraldes e não se dá uma oportunidade ao Rafael Leão? É para se fazer estas escolhas que se paga ao treinador o maior salário de sempre no futebol português? Queremos um treinador. Dispensamos um fanfarrão.

PS1. O Presidente diz que se vai embora. Se, na quarta-feira, não corre bem o jogo contra o Porto, tenho a impressão que vai muito bem acompanhado pelo Jorge Jesus. 

PS2. Conhecemos o Manuel Mota. O Manuel Mota insiste em se dar a conhecer mesmo quando não precisa, como foi hoje o caso. É inacreditável como permitiu não só todo o antijogo aos jogadores do Estoril como o premiou com cinco minutos de descontos. Haja vergonha!

21 comentários:

  1. Perdemos porque falhámos tantos mas tantos golos!

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    1. O Estoril podia ter goleado. E o Manuel Mota fez uma excelente arbitragem, confirmada por toda a gente que percebe de arbitragem.

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    2. Meu caro,

      Isso é a sorte ou o azar do jogo. Acontece. O que não podem acontecer são trinta minutos como os que jogámos com o Montero, o Rúben Ribeiro e o Bryan Ruiz. Aí a culpa é do treinador. Nesse período não jogámos nada e esses três foram três jogadores a menos.

      Quanto à arbitragem do Manuel Mota, poupem-me. O VAR viu o que todos vimos e que como não costuma ver até se considera um grande mérito quando vê. A permissividade ao antijogo e os cinco minutos de descontos são uma vergonha.

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  2. Como dizia o outro tratou-se da crónica de uma morte anunciada.
    Ao mesmo tempo um treinador pouco ambicioso e que por isso gerou uma onda de satisfação porque alguém com pouca visão pagou para o levar, estava a perder por 2-0 e a jogar com menos 1 aos 20 minutos de jogo e mesmo assim ganhou 3-2. Já um sonso tinha feito algo parecido.

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    1. Meu caro,

      É verdade. Nada que não estivéssemos à espera. De tropeção em tropeção até nos estatelarmos. O Leonardo Jardim foi o melhor treinador que passou pelo Sporting em muito anos. O JJ nem aos calcanhares.

      SL

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  3. Perdemos porque fomos incompetentes porque temos um treinador incompetente. Apesar de uma frequente solidez defensiva, somos uma equipa sem profundidade nem objectividade.Defesa sólida, tentativa de transições ofensivas planeadas com muito jogo interior e tentativas de chegar aos flancos quase nunca conseguidas. Um grande défice de profundidade ofensiva, sobretudo após a saída de Slimani. No modelo actual, e com os intérpretes actuais, só Gelson e Podence tem características para jogar em profundidade, mas geralmente actuam, sobretudo o primeiro, em zonas mais recuadas e em apoio defensivo, enquanto o segundo tem muito baixa utilização. Ninguém está a imaginar um modelo baseado em lançamentos para as costas da defesa adversária e o Dost a ir ganhar o espaço como o fariam certamente Marega e Aboubacar, como o fazia Slimani no passado. Jesus não consegue, nem se tem preocupado, em dar profundidade ao jogo do Sporting, salvo as raras excepções com o uso, com muito sucesso, de Doumbiá em Bucareste (Steaua) ou na Grécia (Olympiacos). Doumbiá garante profundidade ao jogo atacante leonino mas a sua utilização tem sido esporádica e os seus níveis fisicos e anímicos parecem muito baixos. Deu para perceber que apesar de alguns momentos na primeira parte em que ganhou alguns lances como ponta de lança móvel, não tem condições físicas nem velocidade para marcar a diferença. Como tenho comentado algumas vezes no blog "Leoninamente" não acredito na possibilidade de êxito deste Sporting com este sistema de jogo e concomitantemente com este treinador. Gostaria de estar errado e que a realidade desmentisse este pessimismo, mas não tenho nenhuma razão para o crer.

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    1. Meu caro,

      A questão não é só tática. Os jogadores acreditam que assim vão lá? Acredito que não acreditam. Sem essa crença, não há tática que resista. Aliás, nem percebo como é que funciona aquele balneário com jogadores que nunca jogam por birra do treinador com outros que jogam sempre e não se mexem, não defendem e só perdem bolas. Não sei como é que alguns deles os aturam mais o treinador.

      SL

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  4. Jorge Jesus escreveu hoje uma página negra da sua passagem por Alvalade. A cegueira habitual e um narcisismo doentio.Julgo que depois de quarta-feira vai ser necessário repensar tudo de novo.
    Com um novo treinador -Inácio para uma emergência -ainda poderíamos ser campeões. Com JJ isso é impossível.

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    1. Não acredito que J.J. possa ser dispensado ou despedido. Acho que isso não interessa ao Sporting, não há sequer condições para despedi-lo. J.J. deve cumprir a época e certamente no fim deveria ser tentado um acordo que o mesmo neste momento não aceitaria. Esta época já foi concedida a J.J. como benefício da dúvida.

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    2. Meus caros,

      Acho que o JJ não vai sair, mas devia. Ninguém acredita naquilo, especialmente os jogadores. Acredito que se viesse uma Inácio qualquer que motivasse os jogadores e encostasse uns tantos lambões que não se mexem, talvez ainda fosse possível alguma coisa. Assim fica a Taça da Liga e não é mau.

      SL

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  5. A vida é engraçada: o FCPorto perdeu uma Taça da Liga que queria muito, perdeu pontos e a liderança do campeonato na quarta-feira e está a perder o jogo no Estoril com 45 minutos decorridos(tal como nós) após Sérgio Conceição "inventar Alex e Layun para a ala esquerda e Maxi e Ricardo para a ala direita, numa exibição sofrível(tal como nós). não há poupanças para jogadores nucleares como Bahimi, Marega e Danilo que foi a primeira vítima da falta de rotatividade (tal como Dost, Gelson e William).
    No entanto a raiva e a crítica dos portistas é direccionada para os rivais, arbitragens e tudo que mexe excepto para o treinador e jogadores.
    Os reforços do Porto chegaram e já jogaram(tal como Ruben Ribeiro) e nem uma contestaçãozinha dos sócios.
    Mas se calhar nós é que estamos certos e mais perto do sucesso, digo eu...

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    1. Meu caro,

      Talvez o Sérgio Conceição seja melhor do que o Jorge Jesus. Pelo menos não precisa de camiões de jogadores. Pelo contrário, sabe motivar os que tem. Mas se calhar o Jorge Jesus é que está certo. Convinha é demonstrá-lo. É que já lá vão dois anos e este ano a coisa não está a melhorar.

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  6. Desculpe discordar, caro Rui Monteiro, mas Sérgio Conceição recebeu um camião de jogadores e uma equipa B Campeã Nacional da Segunda Liga. O custo do plantel do FCPorto é o dobro do Sporting, apesar de ter sido formado em diferentes períodos.
    Devemos ser exigentes, mas com alguma contenção. Não existem campeões a 21ª jornada.
    Não quero jogar como a Juventus, quero ganhar como a Juventus! Jorge Jesus é pago para treinar e ganhar, não para falar.
    Espero que sirva de lição e que quarta-feira voltemos as vitórias. Não desisto do Sporting como nunca desisti. SL
    JHC

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    1. Caro JHC,

      Talvez tenha razão no que respeita ao Sérgio Conceição e à exigência. Mas não tenho dúvidas que tem razão quando diz que o Jorge Jesus é pago para treinar e ganhar, não para falar.

      É que estou farto dele. Milhares de adeptos vêm a Braga ver os jogos da Taça da Liga. Na final, só por milagre não estávamos a levar duas como hoje. Com os adeptos a levá-la às costas a equipa lá ganha aos trambolhões. No final, resta a sapiência do treinador na marcação dos penalties?

      SL

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    2. JHC: O nosso problema não é estarmos entre os primeiros à 21º jornada, parecendo que tudo ainda é possível. O nosso problema é sabermos que não estamos a jogar nada (1-1 em Setubal, 0-0 com Porto, 0-0 com Setubal, 1-0 com Guimarães, 0-2 no Estoril) 2 golos marcados nos últimos 5 jogos, conquista da Taça da Liga com 2 golos marcados e uma única vitória (1-0) nessa prova. O que nos preocupa não é a nossa classificação actual, é perceber que chegámos ao ponto de não retorno e que tudo irá ser pior no futuro...como o "amigo" irá verificar nas próximas semanas...

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    3. Meus caros,

      O problema está no facto de não estarmos a jogar nada. No mês de janeiro só fizemos um jogo em condições contra o Marítimo. Benfica, Aves, Cova da Piedade, Setúbal (duas vezes) e Estoril. Já não me lembro se o jogo contra o Belenenses foi no final de dezembro ou em janeiro. Em todos esses jogos a sorte esteve do nosso lado. O Jorge Jesus preferiu a conversa do jogar à italiana. A sorte não dura sempre. A sorte merece-se e temos feito pouco para a merecer.

      SL

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  7. a culpa foi do vento.... :(
    o ego do Jorge Jesus é o seu pior inimigo... aliás não sei o que se passa por alvalade, mas o nosso clube está a ficar pró em criar egos maiores que os seus portadores...que acabarão por engoli-los...a nós adeptos, como sempre... resta-nos os restos.
    Depois haverá sempre coisas como o Estoril conseguir meter a bola entre o Coentrão e o poste num remate mais em fé que outra coisa e nós conseguimos sempre acertar ou no poste ou na perna do marreta que se encontra à frente.... enfim... se não é do cú é das calças....

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    1. Meu caro,

      Desta vez, o Estoril teve sorte e nós azar. Mas em muitos jogos no mês de janeiro foi ao contrário. O Jorge Jesus não quis ver o que está à frente do nariz de toda a gente. Como ganhou, preferiu inventar uma teoria para não jogarmos nada. O nosso problema é que não temos Plano B, para quando estamos a perder, admitindo que o Plano A seja aquele modelo de jogo empastelado que andamos a apresentar. Isso mais o Bryan Ruiz, o Montero, o Rúben Ribeiro e a falta de oportunidades a outros jogadores.

      SL

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  8. Há adeptos assim.Capazes de defender JJ contra todas as evidências.
    Não estamos a jogar nada.ponto.Não tiramos partido dos jogadores à nossa.disposição.ponto. Temos melhor plantel que o Porto.ponto. Podíamos ter ainda melhor plantel caso tivéssemos aproveitado os.jogadores da formação e existisse uma gestão desportiva baseada na rotatividade do plantel.ponto.
    Não há nada pior para um jogador do que treinar sempre e nunca jogar. Saber que faça o que fizer o treinador irá apostar sempre nos mesmos.ponto.
    Conceição desse ponto de vista, apesar dos problemas com um ou outro jogador, rentabiliza muito melhor o plantel à sua disposição.

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    1. Meu caro,

      O ponto é mesmo esse: a falta de capacidade para se definir uma política desportiva e se planear uma época. É sempre assim. A meio da época já está metade da equipa encostada. Depois, uns têm oportunidades joguem bem ou mal; outros não as têm independentemente de jogarem melhor ou pior do que aqueles que têm sempre essas oportunidades. Para a moral dos jogadores e do balneário, não há melhor.

      SL

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  9. Sugiro que vão ao blog "A coluna do Pôncio" e saquem o dossier "Apito Encarnado", com link no tópico de 01/02/2018 mesmo por cima do sub título "O Sr. Octávio Correia", aqui vai o link para o blog: http://batalha1893.pt/2018/02/01/a-coluna-do-poncio-01-02-2018/

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