domingo, 9 de dezembro de 2018

O melhor é ouvir música


O tempo tem sido pouco e vontade nenhuma. Ao fazer um périplo pelas televisões fiquei sossegado: O Steven Seagel continua por aí, cada vez mais gordo, o Van Damme idem aspas, embora não acompanhando a adiposidade de Seagel; na FOX Movies, escreve-se coboiada em italiano e, na SIC, faltando liga Europa sempre temos os casados à primeira vista. Nem em Guantánamo se vai tão longe na tortura.  

Para tornar a coisa ainda mais maquiavélica, não bastando as (cada vez mais gastas) controvérsias futeboleiras, disponíveis em trezentos programas semanais, tivemos mais uma entrevista de Jorge Jesus. O homem faz jus ao nome: é omnipresente. Já me passou pela cabeça se tudo aquilo não passa de um cenário grosseiro, e as entrevistas, à imagem das reportagens de guerra do Albarran, são gravadas na Amadora, forradas a papel de parede com imagens do Golfo Pérsico. 

As (ditas) entrevistas são um interminável monólogo onde JJ disserta sobre finanças, futebol, física quântica e outras coisas onde a sua opinião e graça são importantíssimas. Desta vez até se insurgiu contra o despedimento de Peseiro. Foi aí que percebi que a vinda de JJ para o nosso rival poderia estar próxima: a manutenção do Peseiro no cargo tornaria tudo mais fácil. Foi pena o outro ter visto a luz em forma de cifrões: pagar a um para sair e outro para entrar representaria muito mais que apenas uma noite mal dormida.

Quem também anda por aí a manter os níveis da qualidade televisiva da SIC é o senhor ressabiado Ricciardi, perdão, José Maria Ricciardi, por momentos pensei que seria desta que o senhor nos daria o prazer de uma explicação para o desaparecimento do BES algures para o espaço sideral, mas também Ricciardi preferiu outras temáticas mais em conformidade com o seu recente resultado eleitoral: basicamente bater em tudo e todos, desde que sejam do Sporting, terminando sempre com um: eu avisei. Ficamos avisados acerca deste senhor.  Entretanto, fui ouvir música. 

2 comentários:

  1. Excelente texto, meu caro

    Mas não vale a pena perdermos tempo e texto com o sr. Ricciardi. O Jesus é divertido mas cansa. A ver mas é se ganhámos hoje.

    SL e abraço

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  2. Caro Gabriel,

    Num país onde se vive em permanente “silly season”, o Jorge Jesus cumpre uma função social relevante. O facto de falar do além cumpre uma função mística ao mesmo tempo.

    Um abraço,

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