O tempo tem sido pouco e vontade nenhuma. Ao fazer um
périplo pelas televisões fiquei sossegado: O Steven Seagel continua por aí,
cada vez mais gordo, o Van Damme idem aspas, embora não acompanhando a adiposidade
de Seagel; na FOX Movies, escreve-se coboiada em italiano e, na SIC, faltando
liga Europa sempre temos os casados à primeira vista. Nem em Guantánamo se vai
tão longe na tortura.
Para tornar a coisa ainda mais maquiavélica, não bastando as
(cada vez mais gastas) controvérsias futeboleiras, disponíveis em trezentos
programas semanais, tivemos mais uma entrevista de Jorge Jesus. O homem faz jus
ao nome: é omnipresente. Já me passou pela cabeça se tudo aquilo não passa de
um cenário grosseiro, e as entrevistas, à imagem das reportagens de guerra do
Albarran, são gravadas na Amadora, forradas a papel de parede com imagens do Golfo Pérsico.
As (ditas) entrevistas são um interminável monólogo onde JJ
disserta sobre finanças, futebol, física quântica e outras coisas onde a sua
opinião e graça são importantíssimas. Desta vez até se insurgiu contra o
despedimento de Peseiro. Foi aí que percebi que a vinda de JJ para o nosso rival
poderia estar próxima: a manutenção do Peseiro no cargo tornaria tudo mais
fácil. Foi pena o outro ter visto a luz em forma de cifrões: pagar a um para
sair e outro para entrar representaria muito mais que apenas uma noite mal
dormida.
Quem também anda por aí a manter os níveis da qualidade
televisiva da SIC é o senhor ressabiado Ricciardi, perdão, José Maria
Ricciardi, por momentos pensei que seria desta que o senhor nos daria o prazer
de uma explicação para o desaparecimento do BES algures para o espaço sideral,
mas também Ricciardi preferiu outras temáticas mais em conformidade com o seu
recente resultado eleitoral: basicamente bater em tudo e todos, desde que sejam
do Sporting, terminando sempre com um: eu
avisei. Ficamos avisados acerca deste senhor. Entretanto, fui ouvir música.
Excelente texto, meu caro
ResponderEliminarMas não vale a pena perdermos tempo e texto com o sr. Ricciardi. O Jesus é divertido mas cansa. A ver mas é se ganhámos hoje.
SL e abraço
Caro Gabriel,
ResponderEliminarNum país onde se vive em permanente “silly season”, o Jorge Jesus cumpre uma função social relevante. O facto de falar do além cumpre uma função mística ao mesmo tempo.
Um abraço,