sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Manual de tiki-taka para tótós

 Comecemos por um ponto prévio. Empatámos os dois últimos jogos contra equipas de quarta linha: o Horsens e o Guimarães. Se deixássemos qualquer um dos avançados dessas equipas isolado na linha do meio-campo com a bola e um defesa a dez metros de distâncias, aposto, singelo contra triplicado, como, em dez tentativas, nove não dão golo. Por isso a ideia de que é preciso acautelar os passes em profundidade para as costas da defesa é no mínimo ridícula. O que fazem estas equipas, como se viu ontem com o Horsens, é mandar umas biqueiradas para a frente à espera que um matulão qualquer ganhe a primeira bola e a segure até que a equipa suba no terreno. Para se defender assim, prefiro o Onyewu, peço imensa desculpa.

A tática de que é preciso controlar a posse de bola para, desta forma, se assegurar que os adversários não criam situações de perigo tem um só problema: não condiz com os factos. Podemos continuar a passar bolas e mais bolas entre os centrais e destes para os jogadores de meio-campo, que, à vez, recuam para as receber, que nenhum jogador da equipa adversária se desposiciona. Ficam calmamente à espera que decidamos, por fim, atacar. Aliás, também não se percebe para que é que os jogadores de meio-campo recuam tanto para receber a bola se, a maior parte das vezes, a recebem de costas para o ataque e se limitam a atrasá-la ou, na melhor das hipóteses, a assegurar que ela sai pelas laterais.

Há muitas coisas que não se percebem. Os jogos não se ganham pelo tédio. Não faz sentido dispor de um meio-campo constituído por jogadores repetidos, que, a maior parte das vezes, se limitam a trocar a bola entre si sem qualquer progressão. Mais, qualquer um deles, mal chega próximo da área, não gera nenhuma indecisão sobre os defesas. Nenhum remata fora de área. Nenhum faz uma finta. Nenhum faz um passe de morte a isolar o avançado. Mal chegam próximo da área, toda a gente, incluindo os adversários, percebe o que vão fazer. A maior parte das vezes lateraliza a bola à espera que os extremos ou os alterais resolvam a situação. Outras vezes tabelam com o avançado, mas não se adiantam, limitando-se a receber a bola no mesmo local onde a passaram.

As coisas não estão a começar bem. Esperemos que não se repita mais uma exibição destas no próximo jogo do campeonato. É que mais uma destas e o Sá Pinto não passa o Natal. Não quero ser politicamente incorreto, mas não posso deixar de afirmar que não vejo nenhuma evolução do modelo de jogo do Sporting. Continua com as mesmas fragilidades do tempo do Domingos. Hoje, como nessa altura, o problema continua a ser a incapacidade de sair para o ataque com a bola e de criar oportunidades de golo. Para ficarmos na mesma mais valia estarmos quietos.

21 comentários:

  1. E este texto e' de e para totos tambem.

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  2. "...o problema continua a ser a incapacidade de sair para o ataque com a bola e de criar oportunidades de golo"

    Eh páh ò Rui... Porra! Que uma afirmação destas dps de um jogo em que falhamos oportunidade de golo em barda, é obra! LOL. Só nos primeiros 10-15 minutos podíamos ter goleado, tal foi o desperdício.

    Se escrevesses que somos uns toscos do caraças a acertar na baliza ainda aceitava. E qd acertamos tava um puto na baliza que convenceu-se que era o Shmeikel... Aliás, atrevo-me a dizer que neste capitulo (finalização) estivemos piores que estes dinamarqueses no domínio da bola...

    SL!

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    1. Caro Virgílio,

      Tivemos várias oportunidades. Mas convém lembrar que o adversário era o Horsens, que nunca ninguém tinha visto mais gordo.

      Passamos o tempo todo a passar bolas e mais bolas para os lados e quando se chega ao taque acontece pouco ou nada. Em qualquer jogada de ataque o sporting mete poucos jogadores dentro de área. Nenhum dos médios remata fora de área. Nenhum consgue fazer uma psse de morte. Enfim, nenhum desiquilibra. São jogadores repetidos.

      O ataque vive do Wolwfswinkel completamente sozinho na frente.

      SL

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  3. Aposto que se o Ricky marca aquelas oportunidades no inicio não estavas aqui a dizer isto. É o problema de se comentar pensando só no resultado.

    Nem sequer falaste do verdadeiro problema neste jogo (e que foi o causador das dificuldades que tivemos), que foi a quantidade absurda de passes falhados (e passes faceis) e o facto dos jogadores estarem muito estaticos no meio-campo, não dando linhas de passes aos colegas. Ora, estas coisas afinam-se com o treino e quando estiverem bem, a equipa já vai parecer muito melhor.

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    1. se... o problema é o se...!!!! o problema é que o Wolfswinkel é uma nódoa!!! completamente isolado não sabe controlar uma bola! essa avestruz fica toda atrapalhada e desperdiça as oportunidades todas que lhe dão! Não auguro nada de bom

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    2. Cara Mike Portugal,

      Atirar as culpas para o Wolfswinkel é fugir ao problema. Nós jogámos contra o Horsens, convém não esquecer. Que na segunda parte só não marcou mais dois golos por acaso.

      SL

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    3. E nós não marcamos 5 golos também por acaso. O mesmo argumento serve para as 2 equipas não?

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    4. Mike Portugal

      Servir para as duas equipas, serve! Adequar-se às duas equipas, não! Uma equipa como o Sporting não pode apresentar desculpas, tem que apresentar resultados. Nenhum Sportinguista pode ficar satisfeito com este jogo, de maneira nenhuma, não foi contra o Benfica nem contra o Porto, foi contra um clube ninguém.

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    5. 'Dois empates! O problema do Sporting é que o plantel é quase todo novo! Ah espera que isso era no tempo do ... Domingos'
      Dois empates! O problema do Sporting é que o plantel é fraco! Ah espera que isso era no tempo do... Paulo Sérgio'
      Dois empates! O problema do Sporting é que o plantel não foi escolhido pelo treinador! Ah espera que isso era no tempo do... Carvalhal'
      Dois empates! O problema do Sporting é que o plantel à base da Academia e mais dois ou três extras. Ah espera que isso era no tempo do PB'
      Conclusão: O plantel é quase todo novo? NÃO! É fraco? NÃO! Não foi ajustado pelo treinador? FOI! É à base da Academia? NÃO

      Dois empates! O problema do SCP é que o treinador não é da casa e é tripeiro. Ah espera esse era o... Domingos
      Dois empates! O problema do SCP é que o treinador não é da casa e é incompetente. Ah espera esse era o... Paulo Sérgio
      Dois empates! O problema do SCP é que o treinador não é da casa e é uma décima escolha que nem foi apresentado. Ah espera esse era o... Carvalhal
      Dois empates! O problema do SCP é que o treinador pensa que é da casa e só ele é que fala, e responde mal aos jornalistas. Ah espera esse era o... PB
      Conclusão: o treinador não é da casa? É! Não é competente? ULTRA-competente! É uma segunda escolha? NEM PENSAR NISSO. É mandão e responde mal? JAMAIS

      Então se nem o plantel nem o treinador padecem dos males dos últimos 6 ou 7 anos. Qual é o problema? Preparados?
      Passes e remates falhados, linhas de passe e treino, muito muito treino que é para os profissionais aprenderem com o Sá! Eis o problema! Eis o Sporting!

      Isso de assistências à Iniesta, médios a entrar na área e remates de fora da área não é para o Sporting, é para clubes em que só interessa ganhar, que só procuram a GLÓRIA, na base de bastante ESFORÇO, alguma DEDICAÇÃO e nula DEVOÇÃO...CEGA!
      No SCP a DEVOÇÃO CEGA é uma valor vital para os clones do JEB que andam pela blogosfera e que de tanto relativizarem revelam uma crassa falta de exigência numa das coisas que se calhar mais prezam: o seu clube!

      Não me parece que o autor do post vá perder muito tempo no futuro a responder às atoardas de quem demonstra tanta necessidade acéfala de coesão clubística. Veremos!
      SL

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  4. Aparentemente não jogámos com o Horsens...

    O que me assusta neste clube já nem é o acasional Bettencourt, Costinha ou Paulo Sérgio, é a falta de exigência que se começa a instalar.

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    1. Caro Ajorge 73,

      Bem lembrado. É que parce que jogámos contra o Barcelona. Aqueles senhores do Horsens só jogam futebol nas horas vagas.

      SL

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  5. Estou de acordo com este texto e infelizmente vai acontecer a tragicomédia do costume. Chegamos ao Natal já demasiado longe do primeiro lugar e o Sá Pinto vai treinar para o Qatar ou para Angola. O Godinho vai culpar as arbitragens e nós vamos continuar a achar que o problema é o Wolfswinkel não acertar na baliza.

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    1. Caro Filipe Reias,

      O problema arrasta-se desde o tempo do Domingos. Depois veio o Sá Pinto e convencemos-nos que podiamos ganhar quarenta jogos por 1 a zero, criando meia oportunidade de golos. Não é possível.

      SL

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  6. Rui,

    O Sporting rematou 10 vezes à baliza e muitas outras para fora. Conseguiu 14 cantos e um sem número de oportunidades o guarda-redes foi consensualmente eleito como o melhor em campo.

    Quando deixarmos de querer vencer "os jogos pelo tédio", quando passarmos a criar mais do que "meia oportunidade de golo por jogo" que números teremos?

    A comparação com o Sporting de Domingos só pode ser por engano o Sporting joga de forma diferente em todos os momentos do jogo.

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    1. Caro Leão de Alvalade,

      Não vi os primeiros cinco minutos. Dizem-me que, nessa altura, o Wolfswinkel falhou um golo cantado. No resto do jogo, a maior parte das oportunidades resultaram mais ou menos do acaso contra uma equipa de amadores. Então, a oportunidade final do Carrillo em que dois defesas conseguem preparar a bola para ele a enconstar é de ir às lágrimas.

      O Sporting, no ano passdo, teve muito mais dificuldades com equipas pequenas do que com equipas grandes. Mas é com essas equipas pequenas que se perdem os campeonatos. Mais, 90% dos jogos são contra essas equipas. Manifestamente, continua, como no passdo, a existir grandes dificuldades em criarar oportunidades contra essas euipas. O Sporting mete pouca gente na área e os médios não desiquilibram suficientemente. Por muitos golos que marque o Wolfswinkel se os médios, sobretudo oa mais avançados, não marcarem uma meia dúzida cada um não vamos lá.

      SL

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  7. Eu acho que o que se está a tentar fazer no Sporting, é uma imitação patética daquilo que joga o Barcelona. Não sei, posso estar a ser ridículo, mas aquele jogo de tiki-taka entre os centrais irrita-me.

    Eu olhos para as outras equipas grandes do nosso campeonato e não percebo, não as vejo ter este tipo de dificuldades na construção de jogo. Eu sei que os métodos de treino, os treinadores e os jogadores são diferentes, mas não é suposto a construção de jogo ser a primeira a conseguir-se para tentar meter uma equipa a jogar à bola? Acho este 4-3-3 um erro tremendo, os médios têm que correr muito mais, não temos um 10 que faça jogar, talvez Labyad possa ser a solução, porque tanto Adrien como André Martins não funcionam. Há também um afastamento claro entre os médios e os extremos e depois, Wolfswinkel anda completamente desamparado. Sá Pinto optou várias vezes pelo 4-4-2 a época passada e a equipa produziu jogo, acho que não seria asneira voltar a essa solução.

    SL

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    1. Caro Jorge Antunes,

      Também me parece que anda ali barcelonite aguda. Muita troca de bola. Muita bola a rodar entre os defesas. O médios sistematicamente a recuar para arrastar as marcações das equipa contrárias, só que não funciona porque o nosso campeonato não é a Liga Espenhola. Em Portugal, as equipas ficam sempre lá atrás à espera.

      Também considero que jogar só com único avançado na área é dar descanço à defesa.

      SL

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  8. Marcadores na pré-época e na época:
    Wolf - 2 gp + 1
    Carrillo - 3
    André - 1
    Carriço - 1
    Elias - 1
    Já do ano passado me parece que o Carrillo deve ser colocado como segundo ponta de lança, perto do Wolf. Jogaríamos assim
    RP
    Cédric Rojo Boula Ínsua
    Rinaudo
    Schaars (Elias) Labyad Capel(Pranjic)
    Carrillo Wolf
    Por favor poupem-me aos dois trincos, isso só se admite nos jogos contra os grandes.

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  9. Estou a lançar este novo projecto na blogosfera leonina.

    Ficaria agradecido por uma troca de links. Já vos adicionei à lista da Savana.

    Passem por http://istoeosporting.blogspot.pt/

    SL

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