Há dias, ao ver a Seleção de Ténis de Mesa a jogar contra a Coreia do Sul, pude constatar o que sabia quando era miúdo. Muitas vezes, quem defende melhor ganha. O penúltimo atleta coreano, perante o ataque permanente do português, respondia invariavelmente em “slice” até o português responder para fora.
Há modalidades assim. Pode-se ganhar explorando exclusivamente os erros do adversário. No futebol não é tanto assim. Pode-se jogar para potenciar os erros dos outros, mas fazer a parte que compete implica sempre colocar a bola na baliza do adversário. Por muito jogo negativo que se faça, não é suposto o adversário marcar golos na própria baliza. Este jogo negativo só é eficaz se se jogar para o empate. Também se pode ganhar. Mas se se jogar sempre assim, não se ganha tanto quanto o necessário para se vencer o campeonato.
Este, parecendo que não, é o dilema do Sporting. A maior parte dos adversários do Sporting joga para o empate. Podem estar o jogo todo a responder em “slice”. O Sporting não. Joga sempre para ganhar. Para isso, tem que atacar. A bola não entra sozinha na baliza. Pode e deve aproveitar os erros dos adversários, mas tem sempre que meter a bola na baliza.
Ora, o Sporting reforçou-se onde tinha melhorado na época anterior: na defesa. Do meio campo para a frente não se veem sinais de melhoria. É um problema de jogadores, mas também é um problema tático. Em Portugal, a jogar em casa, é preciso carregar permanentemente sobre a equipa contrária. É escusado andar a fazer cócegas atrás e no meio-campo. Ninguém se mexe, ninguém se desposiciona. É preciso meter gente na área e rematar de fora dela. É preciso ter dois jogadores dentro de área e meio-campistas que cheguem à frente e que, pelo menos, ameacem rematar de fora dela. A jogar só pelas alas, ou se tem o Jardel ou parecido ou nada feito.
A parte atacante é sempre mais dificil de treinar e a que demora mais tempo. Teremos que ter alguma paciencia para a equipa engrenar neste novo modelo.
ResponderEliminarCaro Mike Portugal,
EliminarPaciência, ora aí está. É coisa que não nos falta.
SL
Não sei que modelo novo é esse, o que vejo é o lobo sozinho na área, uma ilha, como antes, igual - e golos... poucos. Precisamos de um ponta de lança a sério para jogar em casa com ele, o antídoto para esse slice é o jogo directo, a presença na área, o domínio da área.
ResponderEliminarDefendo isto há demasiado tempo: é perto de inútil o tipo de abordagem ofensiva que fazemos nos jogos contra as equipazinhas deste campeonato. Mas parece que vai continuar tudo na mesma: fortes a defender, fraquitos a atacar.
Caro Rui Coelho,
EliminarJogar somente o Wolfswinkel somente na área é muito pouco. Temos que jogar com mais gente na área. Gente que lá está sempre ou que aparece detrás.
Também temos que saber, quando é necessário, jogar mais comprido. Não sei se o Wolfswinkel dá conta desse recado, sobretudo a jogar sozinho.
SL
Tudo o que os meus camaradas leoninos dizem, é verdade.
ResponderEliminarMas alguém disse um dia que o ataque ganha jogos, mas a defesa, campeonatos.
De que vale uma equipa 80 minutos no ataque, se num momento de desconcentração, sofremos um golo?
É evidente para toda a gente (portanto, também para os directores do Sporting?) que falta companhia no ataque ao nosso van Wolfswinkel, que na época de estreia fez mais que muitos na história do Sporting, ainda que, na opinião da Comunicação Social, valha menos que os Nelsons Oliveiras desta vida. Mas aguardemos. Negócios de atacantes são sempre os mais caros.
Talvez se aguarde pela experiência que vem de um atacante veterano da lista de empréstimos ou dispensas dos grandes clubes Europeus, não sei.
Caro Valdemar,
EliminarSobretudo, em caso, é preciso carregar mais sobre as defesas adversárias. Para isso, é preciso meter mais gente na frente.
Não vale a pena ter grande preocupações defensivas. A maior parte dessas equipas nem sequer sabe atacar nem, muitas vezes, joga com avançados mais fixos.
SL