A selecção portuguesa de futebol que esteve no presente
europeu é um produto de marketing e, ao mesmo tempo, sendo um produto de
marketing, tornou-se um produto do
marketing que sempre a envolveu. O seu jogador mais conhecido é, em si mesmo,
uma marca, marca essa que ultrapassa em valor (arriscamos aqui um pedaço do
nosso pouco valioso pescoço) a própria selecção, valor esse medido nos nossos
dias em gostos, redes sociais,
publicidade e anexos mais ou menos mensuráveis e disponíveis em ecrãs. A marca
em causa, por outro lado, jogou no último ano num país que se quer fazer passar
por um sítio onde se joga futebol e onde toda a gente pode ir à bola com farnel
e lenço para protecção solar (desde que…). Trata-se de um trabalho bem pago e
acessível a outras marcas mais ou menos reconhecidas no milieu. Nada disto é
novo.
Jogar um europeu com uma marca lá na frente e o resto do
grupo como um produto de marketing tem os seus riscos. Jogadores que são
convocados (desde a fase de grupos) para supostamente relançarem as carreiras,
outros que, após lesão nos clubes, fazem treinos de recuperação para estarem no
ponto para os respectivos campeonatos, sem praticamente jogarem durante o
europeu, fazem-nos pensar na eventualidade disto tudo ser uma ficção jocosa
muito além dos nosso poderes de percepção.
Os jogos dizem-nos os entendidos, são demasiados tácticos,
mas, na verdade, são um tédio que precede a táctica, e não o contrário, são
jogos supostamente de laboratório em que os ratinhos são os espectadores, não
na persona de consumidores, mas como parte de um mundo de especulação que
ultrapassa o jogo da bola, corroendo-o definitivamente. E ninguém tem paciência
para horas seguidas (seis?) sem um único golo marcado. Curiosamente, o manto do
marketing encobriu esse pormenor num esclarecedor: merecíamos mais. Pois
merecíamos.
Nota: Para mim o Manuel Fernandes não era uma marca mas lá
que deixou marca deixou. A minha infância não seria a mesma sem ele.
Nota2: Por falar em capitão, Coates agora só em Montevideu.
Vamos ver se as surpresas ficam por aqui neste longo defeso. Venha lá esse campeonato.
Caros Liedsons, só para recordar que as tradições se devem manter e que todos acreditamos no bi, alicerçado nas infalíveis crónicas semanais aqui publicadas. Com um abraço leonino e a expectativa de muito gozo na leitura. Abraço
ResponderEliminarSr. Rui Monteiro, por favor nao me retir o prazer de ler os blogs do Sporting, especialmente os acutilantes como o seu
ResponderEliminarVai deixar de comentar os jogos de 2'24/2025? Seria uma grande perda
ResponderEliminarBoa tarde, para quando o regresso às lides? Já lá vão 7 crónicas em atraso. Ass. Ávido Leitor da LL
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