Na dúvida, deve-se sempre esperar sentado. Quando se espera por Godot, mais razões existem para nos refastelarmos, embora este seja diferente do outro: aparentemente existe tanto mais que é conhecido do Leonardo Jardim que o recomenda (este facto e o de não ser o Peseiro, são as únicas razões que se percebam para a sua contratação). Este jogo contra o Arsenal apanhou-me assim sentado à espera e à espera continuei. Enquanto se espera, o rapaz jeitoso, salvo seja, filho do Manuel Fernandes fez mais este biscate contra o Arsenal. Não era um biscate tão simples como o dos Açores. Envolvia trabalho de canalização e eletricidade ao mesmo tempo, jogando-se contra uma equipa adversária e não, exclusivamente, contra o vento.
O Tiago Fernandes (o nome do rapaz é este para quem não saiba e para que nunca mais ninguém se esqueça) disse logo ao que vinha ainda antes de começar o jogo: é preferível jogar com um júnior do que com o Petrovic. Começou o jogo e começou o massacre que poucos conseguiram até hoje organizar, com a exceção do Tomislav Ivić e do José Mourinho que o celebrizaram como “massacre defensivo”. O Arsenal atacou, os seus jogadores trocaram a bola de primeira em velocidade e sempre com os olhos na baliza, mas na zona central do meio-campo e da defesa o Sporting não havia um milímetro quadrado livre. Os ataques sucediam-se pelas laterais e no fim, bem, no fim foi sempre água. Nem um submarino para amostra quanto mais uma porta-aviões.
Na televisão íamos ouvindo uns rapazes aziados: o Sporting assim e assado, o Gugelj não aquece nem arrefece, o Bruno Gaspar estava a dormir e por aí fora. Em nenhum momento se lembraram de falar do Arsenal e da grande equipa que têm ou, quando falavam, era para lembrar que faltava o A, o B ou o C, como se os outros que estavam em campo fossem um bando de pernetas.
No intervalo, a régie deve-os ter lembrado que o Arsenal não tinha criado uma única oportunidade de golo e, no início da segunda parte, lá se lembraram de uma palavrinha para esse mérito do Sporting.
O jogo continuou na segunda parte como se não tivesse havido intervalo. Só quando o Sporting marcou um canto com a marcha atrás engatada, passando a bola para o seu meio-campo, seguindo-se um balão para a área e um fora-de-jogo arrancado a ferros para se reorganizar a equipa, é que compreendi completamente a tática seguida. O ponto forte do Arsenal são as transições ofensivas. Ora, a melhor forma de contrariar esse ponto forte é pura e simplesmente não se chegar a atacar. Podia-se ter contra atacado, mas, para isso, é preciso apostar no erro do adversário. Ora, se o adversário não erra, a última coisa que deve passar pela cabeça do treinador e dos jogadores é contar com o ovo no dito cujo da galinha. O que podia ter sido melhor, apesar de tudo, foi a profundidade dos alívios: se se pode pôr a bola longe deve-se procurar pô-la o mais longe possível.
Empatámos. Não disputamos a Liga dos Campeões e, por isso, não jogamos contra colossos do futebol mundial como o Ajax ou o Lokomotiv de Moscovo (onde joga o Éder a titular). Para a história, o Benfica apanhou cinco batatas do Arsenal, o Porto outras cinco e o Braga meia-dúzia. O Sporting não atacou, não rematou, mas não enfardou nenhuma e empatou. Temos pena, temos pena pelos comentadores; como disse o Ribeiro Cristóvão, o Tiago Fernandes tem um cadastro positivo no Sporting.
[...] o Benfica apanhou cinco batatas do Arsenal, o Porto outras cinco e o Braga meia-dúzia[...]
ResponderEliminarSó isto faz com que o nulo do Sporting frente a um Arsenal de segunda linha pareça uma vitória e de goleada! Um pouco mais a sério: vi o jogo pela TV e não me lembro da cor do equipamento do guarda-redes do Arsenal. O Sporting não conseguia levar a bola à área adversária. Na primeira parte, nem um rematezinho à baliza do Arsenal... Ainda assim, parabens ao sporting pela vitória!
Meu caro,
EliminarNão fique assim. Nós também sabemos que o Sporting não jogou grande coisa. Só que empatámos e domingo há mais.
Prefiro empatar a jogar assim do que perder a jogar assado... E os rabolhos estão aziados com este pontozinho! Que não é para todos.
ResponderEliminarCaro Hélder Mestre,
EliminarQuem ouvisse os comentários ontem pensava que tínhamos jogado outra vez contra o Loures.
SL
Contra o Arsenal, todas as equipas portuguesas jogam assado porque não sabem jogar frito. A diferença é que umas levaram 5 batatas e o Sporting não levou nenhuma e empatou.
ResponderEliminarCaro Miguel Courela,
EliminarPara mim, o Arsenal com o Wenger foi sempre a equipa que melhor futebol jogou. Quando se apanhavam em dia sim havia sempre a possibilidade de se levar meia-dúzia sem espinhas. O Arsenal parece-me ainda mais forte. Empatámos e não foi nada mau. Há dias o Benfica venceu o AEK sem saber como e parecia que tínhamos acabado de ganhar a batalha de Aljubarrota.
SL
O Tiago resolve o problema do trabalho de casa dos jornalistas
ResponderEliminarÉ o
Treinador português com melhor racio de jogos e pontos, o racio do campeonato atevé só o melhor do mundo
Giro giro era o Braga empatar e nos ficarmos isolados em primeiro
Ficaríamos com o racio de mudar os treinadores que nos colocam na frente ;)
Meu caro,
EliminarPara mim, despedíamos o que acabámos de contratar e ficava o Tiago Fernandes. O que nós gostamos é de indemnizar treinadores.
Um abraço