segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

O Marítimo jogou melhor do que nós na Luz

Vi o jogo no café do costume. Regressei a casa ainda a tempo de ver na SIC Notícias um caixa d’óculos qualquer aborrecidíssimo com a exibição do Marítimo. Mérito ao Sporting não atribuiu nenhum. Estou em desacordo. O Marítimo jogou melhor do que nós na Luz. Dizem que perdeu muitas bolas. Nós perdemo-las todas. A diferença está na qualidade dos jogadores. A jogar em 4x3x3 é preciso ter uma referência na área como o Bas Dost. De outra forma, há muita excitação pelas alas, muito entusiasmo, mas no momento da verdade ninguém sabe o que fazer à bola.

A história foi a história dos golos. Na primeira parte, fomos à baliza uma vez e marcámos um golo. Gostava de ver o Gelson Martins a meter mais destas de primeira para o Bas Dost. Assim é muito mais simples. Na segunda, ameaçámos num canto, pelo William Carvalho, e praticamente a seguir o Bruno Fernandes recuperou uma bola e isolou o Bryan Ruiz que a passo de caracol se deslocou para a área demorando tanto, mas tanto tempo a decidir o que fazer que quando decidiu já só lhe restava a opção de rematar. Não sei se ainda pensava que na baliza estava o Júlio César que, em circunstâncias semelhantes, meia-hora antes do remate do adversário atirava-se a adivinhar o lado para onde iria a bola.

A golearmos por dois a zero, o Jorge Jesus meteu trancas à porta. Entraram o Battaglia e o Acuña para substituírem o Podence e o Bryan Ruiz. Preparava-me para um resto de segunda parte completamente entediante. Felizmente, não foi assim. O Bruno Fernandes mais adiantado desatou a abrir o livro. Fez uma assistência para uma tapinha do Bas Dost no terceiro golo. A seguir, chutou com todas as ganas, permitindo uma grande defesa ao guarda-redes e uma recarga de cabeça do Bas Dost para o quarto golo (na dúvida, o Bas Dost foi-lhe agradecer o golo na mesma, como rapaz bem educado que é). Frustrado, em vez de atirar a toalha ao chão, atirou mais uma bomba para mais uma grande defesa do guarda-redes seguida de outra bomba do Acuña para o quinto golo.

De vez em quando, o Jorge Jesus prova a si próprio que o plantel é mais extenso do que ele próprio pensa. O André Pinto não comprometeu. O Iuri Medeiros entrou bem. O Bryan Ruiz é uma excelente alternativa a jogarmos com dez ou com o Alan Ruiz, que é a mesma coisa. Mas quem me impressionou mais foi o Ristovski. Com ele, a equipa ganha mais profundidade do lado direito, podendo o Gelson Martins jogar mais por dentro. O Piccini praticamente só apoia o Gelson Martins, não esticando tanto o jogo. É importante ter alternativas para surpreender os adversários.

11 comentários:

  1. Belo resumo:)
    Temos um plantel bem interessante. Podemos ir rodando 3,4,5 jogadores por jogo mantendo uma base e dando descanso 'a vez a uns e outros.
    JJ, descansa a cabeca, todos os jogos que rodamos uns 4 jogadores ganhamos sem alarido.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Meu caro,

      Quando foi necessário, o JJ a contragosto lá foi rodando a equipa, sobretudo depois das lesões do Coentrão, do Mathieu, do PIccini e do Acuña. Não estivemos mal.

      Começou o ano e voltou a apostar nos mesmos. Por necessidade, lá voltou rodar uns tantos e a equipa não se ressentiu. Claro que os suplentes nunca são tão bons como os titulares. Agora, nenhum plantel é constituído por duas equipas: um dos titulares e outra dos suplentes.

      SL

      Eliminar
  2. Boa "posta"!

    Relativamente à análise individual dos jogadores:
    Bryan é "reforço" assim que desentorpecer as pernas do tempo que esteve parado (e já não falta muito); Ristovski é um lateral ofensivo com bom cruzamento e bastante rápido. Não será tão bom defensivamente como Piccini mas não será por aí que o gato vai às filhoses. Ou seja,temos laterais para a direita e 1 mês de Janeiro e mais 4 (de Maio a Agosto) para encontrar laterais esquerdos como os direitos; Iuri teve uma sessão de treino personalizada ontem. Desde que entrou que JJ esteve sempre em cima dele a dar-lhe indicações. A ver se aprende!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Faltou falar do momento da substituição do Bryan. Alvalade toda a bater palmas! Merecido, não só pelo jogador que é mas também como pessoa que o demonstrou ser! E o festejo de todos dentro de campo após o golo! :)

      Eliminar
    2. Meu caro,

      vêm aí tempos complicados em várias frentes. É preciso plantel à altura. Não é só por disponibilidade física e metal dos titulares. É também para surpreender os adversários. Para um sistema de jogo um pouco diferentes, o Ristovski parece-me muito interessante.

      SL

      Eliminar
  3. Caro Rui,

    Foi sem espinhas. O Marítimo esteve melhor que nós na Luz. Mas nós empatamos. E isso pode fazer toda a diferença.

    Com as alternativas que o JJ tem, um dia destes faz duas equipas para lutar pelo título!!!

    SL

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro Gabriel,

      Contrariamente ao que vai dizendo, o nosso (mau) jogo na Luz tornou ainda mais evidentes as fragilidades do Benfica. Falta qualidade na frente, sobretudo para quem quer jogar em 4x3x3.

      O JJ é pago e bem para arranjar soluções no plantel que escolheu. Não é para andar sempre a pedir soluções que depois desperdiça por esta ou aquela razão.

      Um abraço,

      Eliminar
  4. Excelente comentário. Passo por aqui, pelo menos, no dia a seguir aos jogos.
    Destaco os aplausos a Bryan Ruiz do publico que finalmente parou de apupar; a insistência de JJ no Yuri, eu também conto com ele, tem currículo(Moreirense, Arouca e Boavista); o plantel não é tão curto como pintam, os jogadores precisam de jogar.
    SL

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro João,

      Os apupos ao Bryan Ruiz ou a qualquer jogador do Sporting são incompreensíveis. Agora, não sabemos se este vai ser o Bryan Ruiz da primeira época ou da segunda. Espero que não seja o da segunda.

      SL

      Eliminar
  5. Caro Rui,

    É isto mesmo. O título diz tudo, sobre este jogo e sobre o jogo passado. Sobre como as coisas estão diferentes neste Sporting.

    Mais no final tem uma frase simplesmente genial: "O Bryan Ruiz é uma excelente alternativa a jogarmos com dez ou com o Alan Ruiz, que é a mesma coisa." Não podia estar mais de acordo.

    SL

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado João. Acho que o Bryan Ruiz não aquece nem arrefece.

      SL

      Eliminar