quarta-feira, 22 de junho de 2016

O Ronaldo tirou-nos do buraco

A tática é a do 4x4x2, diz o Fernando Santos. Se ele o diz é porque deve ser. O que todos nós vimos contra a Hungria foi uma enorme trapalhada, com equívocos atrás de equívocos. Aliás, a trapalhada é tal que me custa criticar alguns jogadores. Muitos deles, mesmo não sendo brilhantes, estão a jogar pior do que sabem e podem. A defesa está sempre em permanente sobressalto. O meio-campo não anda nem trava ninguém. O ataque é o que sobra disto tudo e que o Nani e, especialmente, o Ronaldo vão aproveitando como podem.

O maior de todos os equívocos é o do Moutinho. Não defende, não ataca, não chega à frente, passa para o lado e para trás, isto é, não anda nem deixa andar. Mas o pior, o que releva a completa falta de noção do treinador, é continuar a vê-lo marcar cantos e livres. Irrita qualquer um. O Ronaldo às páginas tantas marcou um de forma rápida só para evitar o balão do costume para a molhada, antecedido de um olhar profundo como o de quem precisa de pensar antes de fazer e faz sempre o que pensa.

O Eliseu é mau. Todos sabíamos e, portanto, não é novidade. Dos outros tenho mais dúvidas. O André Gomes também faz que anda mas não anda. Porventura, anda na posição errada. Mas se é para andar onde anda é melhor arranjar outro que ande melhor. Este jogo era o pior para lançar o Renato Sanches. Jogo difícil, carregado de responsabilidades. Bastava falhar uma vez para se começar a enterrar. Só o vi jogar uma vez. Não tenho nenhuma opinião, nem boa, nem má. Não esteve bem, mas não foi só ele. Fez uma excelente jogada que acabou numa confusão entre o Ronaldo e o João Mário. Se a alternativa é entre ele e o Moutinho, então que jogue ele.

De repente, o Fernando Santos teve uma epifania. Ao meter o Quaresma fez deslocar o João Mário mais para o meio. O João Mário fez uma má primeira parte, mas, na segunda, até conseguiu que a equipa tivesse alguma organização. Rapidamente o Fernando Santos voltou à (a)normalidade, ao meter o Danilo e a exilá-lo novamente na ponta esquerda. Nunca mais se viu organização nenhuma.

Sem o Ronaldo tínhamos ficado por aqui. Metemo-nos dentro de um buraco três vez. Três vezes o Ronaldo nos foi de lá tirar. Primeiro, com um passe impressionante para desmarcação e remate impecável do Nani (também ajudou alguma coisa o guarda-redes adversário sofrer de ciática e de bicos de papagaio). Depois, com um golo de calcanhar, na melhor jogada do jogo, que fica para os youtube. Por fim, com uma cabeceamento que deverá passar a constar dos compêndios (também ajudou o centro tenso do Quaresmas; imagem se fosse o Moutinho centrar?!).

12 comentários:

  1. pelo menos, esperamos que o Ronaldo tenha percebido que é muito mais fácil não querer fazer tudo. O seu futebol é bem melhor quando não é ele a passar para ele mesmo, nem quando tenta rematar de todo o lado.
    Primeiro assistiu, depois esperou que o assistissem.... é assim o futebol.
    O Santos, esse não esperem milagres, não vai aprender nada.

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    1. Meu caro,

      O Ronaldo percebe isso muito bem. Agora não se pode ter provavelmente o melhor marcador de golos do Mundo e não se montar uma táctica minimamente decente para permitir que ele faça o que deve fazer.

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  2. E foi o fim do mito Willian Carvalho!

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    1. Mais um Santolas, agora aqui no blogue. Cego e estúpido como o outro. E lacaio, ainda por cima.

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    2. Meus caros,

      Nem faço ideia do que se está a falar. Metam o meio campo do Sporting a jogar com o Jorge Jesus a treinar e vão ver com quantos paus se faz uma canoa.

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  3. fim de um mito? mas jogou assim tão mal? os outros jogaram melhor? ah, já sei.... falta-lhe umas tranças!

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    1. Meu caro,

      O problema é o treinador. Uma equipa deve jogar como equipa. Há quem diga que o Pepe não joga nada e que o Ricardo Carvalho também. É desta forma que se vê o futebol em Portugal.

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  4. Fim de um mito? Foi dos que jogou melhor.

    Mas como é óbvio, jogador do Sporting que não defenda um penalty, lance o contra-ataque, cruze para si próprio e concretize de cabeça na área, não é elogiado...

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    1. Meu caro,

      Deixe-lá até ao Ronaldo não joga segundo uns comentários vou lendo para aí.

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  5. Caro Rui,

    Penso que esta frase resume tudo: Muitos deles, mesmo não sendo brilhantes, estão a jogar pior do que sabem e podem.

    O trabalho do treinador é em larga medida escolher um esquema táctico que maximize o desempenho global dos jogadores que tem disponíveis. O que Fernando Santos está a conseguir é que todos os jogadores da selecção estejam a render menos do que rendiam nos seus clubes há apenas 3 ou 4 semanas. Não sei se é de propósito, mas parece.

    SL

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    1. Meu caro,

      Essa é que é a boa discussão. Não faz sentido andar a discutir se este é melhor do que aquele. O que importa é que colectivamente a equipa funcione. E isso é que não acontece.

      SL

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