quarta-feira, 29 de junho de 2016

Laissez-faire

Já tinha partilhado anteriormente que a minha esotérica explicação para o golo de Portugal contra a Croácia assenta na teoria da mão invisível de Adam Smith, por ser um daqueles casos em que três jogadores, agindo no seu puro interesse individual acabaram por fazer o que era melhor para o coletivo.

Nani não estava numa boa posição para rematar, no entanto o que ele queria mesmo era marcar um golo. Como tal em vez de centrar mandou uma biqueirada na bola que foi parar redondinha aos pés do Ronaldo.
Este já sabemos, também age sempre no seu próprio interesse: apesar da melhor posição de Quaresma, Ronaldo não quer um lugar na história como rei das assistências e rematou à baliza. Perante a intervenção da mão bem visível do GR Croata a bola lá foi, não para o fundo das redes mas para a cabeça dum Quaresma que... simplesmente não devia estar ali.
Sendo o extremo de serviço Quaresma depois de recuperar a bola junto à linha devia ter-se mantido por lá, a dar "profundidade" ao ataque e nunca se deveria enfiar no meio dos colegas. Acontece que Quaresma queria mesmo era marcar, e disciplina táctica não é com ele; uma mão invisível empurrou-o para o lugar do ponta de lança que Santos teima em não usar.
Resultado final: uma batata lá dentro, exactamente o que era melhor para o colectivo.

Não sei se o caso é replicável. O que sei é que o Fernando Santos tem vindo a conseguir o feito notável de ter todos os seus jogadores com um desempenho no Euro abaixo do que eles conseguem nos seus clubes. Será que quando assim é podemos concluir que seria mais eficiente o Fernando Santos não fazer nada? Não sei, mas eu arriscava ver o resultado e por isso o meu desejo para amanhã é que o Fernando Santos adopte um modelo laissez-faire, que em futebol se deve traduzir num "deixa mas é os homens jogar à bola".

8 comentários:

  1. Que o FS não é gde espingarda é mais ou menos evidente... Agora essa explicação do golo de PT contra a Croácia ser apenas ora do destino, só cabe na cabeça de quem tem do futebol o msm conceito dos matraquilhos. Só vou perder tempo com o ultimo exemplo dado com o Quaresma, até pq é o mais flagrante de como a sua explicação carece de lógica. Desde qd é q o jogador não devia estar ali? Pq não? Só pq é extremo tem que se remeter a essa posição mesmo qd (como o próprio já explicou) já estava ocupada por um colega de equipa, no caso, CR7? O caro João sugere então que os jogadores e remetam a uma única e exclusiva função dentro de campo, sem sopesar a dinâmica, a interpretação e a decisão que a cada lance solicita? Ou seja, Quaresma seria mt melhor jogador caso se tivesse deslocado para a extrema ao invés de procurar situar-se no espaço livre que a defesa croata deixou dentro da área... Isto é, bom bom era que o Quaresma corresse 100 metros para marcar (colocar-se ao lado) do CR7???

    O FS é fraco como selecionador, mas mais fraco ainda me parece ser o João enquanto treinador de bancada. Td bem... o melhor mesmo é deixar andar.

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    1. Mais triste que um arrogante, só mesmo um arrogante sem sentido de humor.

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    2. Não seria muito grave, se a lacuna residisse apenas naa falta de sentido de humor.
      Parece ser mais grave, bem mais grave....

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    3. Meu caro,

      Andava claramente a interpretar o futebol com base na literatura errada. Com o seu comentário percebi tudo. Obrigado.

      SL,

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  2. Caro João,

    A malta não conhece o Adam Smith. O Adam Smith foi o melhor treinador inglês de sempre e um dos melhores do mundo. Nestas circunstâncias tem que se recorrer ao clássicos para encontrar explicações para o que mentes pequenas, como as nossas de treinadores de bancada, não alcançam por si.

    Um abraço

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    1. Caro Rui,

      Obrigado pelo comentário. Espero que agora que vamos jogar com Gales alguém se lembre de estudar o Adam Smith. Influenciou não só o futebol Inglês como todo o futebol Britânico como ninguém.

      SL,

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    1. Obrigado. A falta de jogos do Sporting leva-nos a um desespero tal que temos ideias de postas "inovadoras".

      SL

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