terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Baralhar e tornar a dar

As aquisições de Invernos foram as possíveis. Percebeu-se que foram determinadas pela situação financeira do clube. Com outras disponibilidades financeiras o Sporting teria efetuado outras aquisições? Com toda a certeza. Agora, sem dinheiro não há palhaço.

O Sporting precisava de um substituto direto do Slimani. O Jorge Jesus tentou vários modelos táticos alternativos, mas nada resultou. É preciso sempre um grande para a frente. Só temos um grande. Se o grande se lesionasse ou se fosse castigado, não havia plano B. Não sei se o tal de Barcos é um novo Slimani. É grande e feio também. Pode ser que sirva.

Com a recomposição da dupla de centrais que acabou a época passada e a entrada do William Carvalho, parecíamos seguros na defesa. Andámos jogos atrás de jogos a defender bem. De repente, a defesa desabou. O Ewerton ou está lesionado ou pode-se lesionar a qualquer momento ou, simplesmente, pode pensar que está lesionado ou que se vai lesionar. O Paulo Oliveira parece ter voltado à pré-época do Marco Silva. Não se consegue explicar o que se passa com o William Carvalho.

O Naldo, que aparentemente estava condenado a figura menor, foi o único que sobrou. No último jogo lesionou-se também. Era preciso refazer a defesa. Voltou o Rúben Semedo e contratámos um tal de Coates. Era preciso fazer alguma coisa e alguma coisa se fez. Pode ser que se tenha feito o necessário. O Jorge Jesus já ensinou outros bem piores a defender alguma coisa.

As aquisições de dezembro há muito estão analisadas. O Bruno César dá jeito. Já marcou mais golos do que o Montero. O Zeegelar não é pior do que o Jonathan. O Schelotto é mais controverso. Não parece acrescentar muito quando comparado com o Esgaio. É pernalta, corre como se não houvesse amanhã e centra bem. Porém, em muitas fases do jogo parece desorientado.

A única saída polémica é a do Montero. A principal razão terá sido de ordem financeira. Voltamos ao dinheiro e ao palhaço. Entre ele e o Teo, venha o Diabo e escolha. Nenhum deles é titular (para suplente basta um). Nenhum deles é alternativa ao Slimani. Isoladamente ou em conjunto não permitem um plano B. São um par maníaco-depressivo. Bem tentámos vender o maníaco. Acabámos por ter de vender o depressivo.

11 comentários:

  1. Epah! Já algum tempo que te sigo pelo feedly e que estou naquela de comentar para te agradecer pelos teus posts, mas só agora chegou o momento :) .

    As tuas análises são do melhor que leio pela blogosfera leonina. Estou sempre desejando de ler o que escreves depois de um jogo tens uma escrita tão acutilante e cheia de humor. Farto-me de rir...

    Obrigado por me proporcionares estes belos momentos!

    Saudações Leoninas

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  2. Não pensei ser possível rir à gargalhada às 2 da manhã...
    Muito, mas muito bom. Os seus escritos são quase como cinema... dá para visualizar na perfeição o que quer dizer.
    "grande e feio", "pode pensar que está lesionado ou que se vai lesionar" e "maníaco-depressivo" são os momentos que destaco. Que maravilha de observações...
    SL
    Basco "O Leão"

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    1. Meu caro,

      Muito obrigado. Ainda hoje me interrogo sobre as razões que me levaram, e levam, a escrever estas parvoíces. À tantas é porque há pessoas que as gostam de ler.

      SL

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  3. A "parábola" do maníaco-depressivo, merece um apluso de pé!

    Abraço!

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  4. Parabéns pela análise... como sempre.

    Não sei se já repararam mas as contratações de italianos visa melhorar o elenco feminino para os festejos de maio...

    Já viram as companhias de aquilani e schelotto? É só "italianas boas" (linguagem admissível neste blog?)!!

    Precisamos que o Teo comece a jogar à bola.... Volta TEO!!!!
    Caro Rui, se me permite uma sugestão, já pensou fazer um texto de previsão dos jogos?
    Cumprimentos,
    Paulo.

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  5. Muito bom o texto, só não estou em acordo com o zeeglar/jeferson. Gosto mais do Jeferson, é um jogador mais inteligente nas decisões a atacar e faz-nos muita falta nestes jogos. A defender parecem-me idênticos.

    Gostei muito da entrada do Rúben Semedo. Muito rápido, bom posicionamento, bem na antecipação e a sair a jogar. Gostei também da forma como evitou faltas desnecessárias (ao contrário do zeeglar). Foi a única coisa positiva que retive deste jogo...

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