domingo, 4 de março de 2012

No drama, but a whole heap of uncertainty


1. O futebol é prodigo nisto. Nesta bipolaridade em que um dia o Sporting é uma equipa “mandona” e “Sá Pinto um invencível”, para no dia seguinte “serem todos uma merda”. Claro que o futebol só tem a expressão que tem graças a esta emotividade. Dos anos que levo disto, acho que em geral o sportinguista é mais fatalista (tudo nos acontece!), o benfiquista mais estérico (ora são os melhores do universo, ora rasgam o cartão), e o portista…mas quem é que é portista? Os poucos que conheço, nem sabem onde fica o estádio.

2. Nem os jogos anteriores foram assim tão bons, nem o de ontem foi assim tão diferente dos anteriores. Mesmo a arbitragem, não foi muito pior do que se tem visto em muitos outros jogos das últimas épocas. Ainda assim, foi pior que nos últimos dois jogos porque desta vez o Sporting, em especial na 2ª parte, “obrigou” o árbitro a errar mais. Enquanto andamos a passar a bola entre o Xandão, o Polga e o Insua, nenhum árbitro erra. Só começam a errar, à grande, quando se chega à área. Aí sim, é uma chatice. Fica a nu a merda que são e a inexistência de qualquer critério. Como se viu ontem.

3. O Sporting de Sá Pinto tem uma coisa boa: posse de bola. Consentida ou não (veremos com o City). Para já deixámos de ver biqueiradas para a frente e, como é óbvio, se  o adversário tem apenas 27% de posse bola, também não ataca. O problema é que é uma posse de bola pela posse de bola. Inconsequente. Não há rapidez no passe, nem as movimentações criam desequilíbrios. Esses só aparecem quando Izmailov (a subir de forma), Capel (se estivesse lá um árbitro tinha postos um ou dois na rua) ou Matias transportam jogo. 

4. Tanta inconsequência ofensiva fez com que Sebas tivesse passado o jogo a ver os outros. Tão perdido como Wolfswinkel, mas muito mais estático. Rubio foi um pouco diferente, mas a fase do jogo também já era outra.

5. Ontem, novamente, o adversário foi sempre mais rápido e intenso na disputa da bola. Com o problema acrescido, na primeira parte, de o Sporting deixar um espaço enorme entre linhas. Pode ser que com Rinaudo não seja assim tanto espaço, mas com Carriço... Se estiverem todos muito longe uns dos outros, é normal que nunca ganhem a segunda bola. 

6. Arias não esteve mal, mas já alguém lembrou neste blog, e bem, que estivemos uma semana a ouvir as carpideiras do costume a falar dos quilómetros percorridos pelos jogadores do Porto e do Benfica, mas afinal quem jogou 90 minutos contra a Polónia foram os do Sporting. Obviamente que nunca seriam os do Benfica. Primeiro porque não têm portugueses, depois porque Nelson Oliveira foi na vaga guardada para o pirilampo mágico, a mesma onde já foi Caneira, Nuno Gomes, e outros astros da Luz. Um dia destes ainda convocam o Djaló. O Sporting teria sido diferente com João Pereira em campo? Creio que teria: em vez do Carrillo, tinha sido ele a dar um murro no Miguelito.


3 comentários:

  1. Mesmo assim há um jogador que não me consegue convencer completamente por não ser consistente. É o Matias. Estive com especial atenção a ele durante a 2ª parte, em que jogou e fartou-se de falhar passes, área onde é suposto errar muito pouco.

    Quase desde o inicio da época que venho a dizer isto, mas, Rubio é melhor que todos os outros juntos. E não é apenas por causa deste jogo.

    O problema do SCP foi mesmo a 1ª parte e os erros individuais de Xandão e Polga, mas os colegas também não ajudaram nada a criar-lhes linha de passe.

    Quanto ao Arias, já é o 3º jogo que vejo dele, em que mostra qualidade. Penso que estamos bem servidos na lateral direita se o João Pereira sair (como espero).

    PS: Se puderem, tirem a cena da verificação de palavras do blog, que chateia um bocado.

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  2. Insúa: «Ainda estou a pensar como nos escapou o jogo»
    Outra explicação: são tão lentos a jogar como de compreensão. Espero que até 5ª percebam e melhorem qualquer coisa.
    SL

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  3. Nem me apetece escrever.
    Tive de desligar a televisão ainda na primeira parte. Já não acreditava no que estava a ver. Coisa impensável um pouco antes do Natal.
    Preparemo-nos para outro ano de frustração. Só não será se ganharmos a Taça, consigamos chegar ao 3º lugar e eliminarmos o City. Tarefas quase impossiveis de conseguir (pelo menos as duas ultimas).Longe cada vez mais longe há medida que as semanas vão passando.
    Depois de mostrarmos raça contra os polacos e nos jogos seguintes da Liga pensei que o S Pinto poderia ainda fazer coisas bonitas com a equipe. Mas porque tirou logo no inicio em Setubal peças fundamentais para o jogo?. Gestão de esforço e de jogadores? Se calhar é por isso que eles se lesionam tanto. Por estarem tanto tempo de fora e esperarem tanto tempo para serem utilizados.São pagos e bem pagos para jogarem e nem a nossa Liga e os nossos jogos tem um ritmo tão endiabrado que os rapazes se possam queixar de não aguentarem.Que é feito no treino? O que é programado?. Que diabo, estamos a falar de alta competição. Será, lá para os nossos lados? Não creio que sim.
    As grandes equipas não abedicam do seu esqueleto principal e só fazem alterações muito pontuais ao longo da epoca e á medida que as competições se vão desenrolando. O auge de pico de forma está planeado para a altura das grandes decisões.
    Se o Sporting quiser fazer qualquer coisa que se veja terá obrigatoriamente de enverdar pelo mesmo caminho. A coisa já não vai lá com falinhas mansas. Jogar é preciso e amor á camisola é coisa que pouco se vê . Tambem se calhar há alguns que queriam por em pratica as duas coisas mas ficam a kilómetros de distancia, nas suas tentativas.
    Enfim estamos já longe do terceiro lugar e avisinha-se intensa luta até ao sétimo ou mesmo oitavo posto.Não queria que nada disso nos sucedesse mas temos de ter honra e caracter no que fazemos. Não queremos ser humilhados, isso não.
    Não basta continuarmos a ter os nossos comentadores, como se nada se passasse, a falarem ,nos inicios de semana ,como se fossemos lideres incotestados da(s) competiçõe(s). Já não há pachorra.

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