domingo, 20 de novembro de 2011

Adolescência e existencialismo na vitória contra o Braga

A minha filha fazia anos hoje. Passei o fim-de-semana com ela e mais doze adolescentes numa aldeia, em Cabeceiras de Basto. Não tive tempo para quase nada a não ser para transportar pizzas, rissóis, batatas fritas e garrafas de Coca-Cola. Quando cheguei a Braga, tinha uma “reprise” à espera, agora com a família.

Quando tudo acabou é que pude ir ver o resto do jogo contra o Braga ao café. Estava quase tudo resolvido. Ganhávamos por dois zero e o Braga estava com menos um jogador. Nada se passou de especial durante os trinta minutos que vi. Muitos ataques mal finalizados por nós; havia sempre alguém que demorava mais tempo a passar a bola do que devia ou a passava mal. Um ou outro contra-ataque do Braga, mais por dever de ofício do que por qualquer outra razão.

Mesmo assim, nunca me canso de ver o entusiasmo adolescente que o Polga coloca nas suas arrancadas para a área contrária nos lances de bola parada. Movimenta-se, desmarca-se e chega mesmo a pedir a bola aos colegas. A minha experiência deste fim-de-semana diz-me que a adolescência perturba muito os adultos, sejam eles os defesas ou os pais da aniversariante.

A entrada do Nuno Gomes é sempre um momento empolgante também. Os treinadores, o Leonardo Jardim e todos os outros anteriores, quando o metem nestas alturas esperam sempre o grande salto em frente. Como na República Popular da China, nunca acontece, mas dá origem a um intenso debate intelectual. Não temos o Jean-Paul Sartre, mas o Freitas Lobo ou o João Rosado disfarçam bem.

4 comentários:

  1. Foi um jogo animado! Aposto que no entanto o desafio da horda de adolescentes deve ter sido ainda mais empolgante (e desde já me desculpo pela minha contribuição).
    Foi portanto um jogo mexido e interessante, frente a um excelente adversário e o que mais realço, por não estar habituado ainda a estas benesses é que, pelo menos no inicio, o Braga jogava e o Sporting marcava. Mais, falaram em penaltis "roubados" ao Braga e em termos marcado um golo em fora de jogo, se a isto juntarmos o Polga e um remate ao poste da baliza do Rui Patrício, acho que estamos no bom caminho porque:
    a) jogamos menos bem e ganhámos;
    b) os árbitros já nos "respeitam", o que é bonito;
    c) a sorte também nos sorri;
    c) e, por fim, já nem o Polga consegue atrapalhar assim tanto.
    Em suma, vamos fazer qualquer coisa bonita.
    Quanto à perspectiva existencialista devo-lhe dizer, caro Rui, que o Polga se encaixa naquilo que Jean-Paul Sartre estava a pensar quando disse «és livre, escolhe, ou seja: inventa» e então, ele lá vai indo, escolhendo e inventando...
    SL

    ResponderEliminar
  2. Caro A. Trindade,

    Meu amigo, O Paulo Bento não sabe o que é liderar mais de uma dúzida de adolescentes num fim-de-semana. Se soubesse não andava com as parvoíces do Ricardo Carvalho e do Bosingwa. Esse dois ao pé dos treze deste fim-de-semana, são uns meninos de coro. Não precisa de se desculpar, o que conta ali é que, apartir de um certo número, a quantidade transforma-se em qualidade, qual dialéctica Hegeliana. Por isso, mais um(a) ou menos um(a), a partir de certo número, não conta.

    Mas, de facto, o entusiamo do Polga ao fim de tantos anos é fantástico. Ou é fantástico ou ele é o maior actor do Mundo.

    SL

    ResponderEliminar
  3. Já não tenho miudos em idade de os levar ou trazer das festas. Já foi tempo em que até á porta tive de esperar por eles. Agora nunca vão a lado nenhum com os Pais. Qualquer dia,que não vai tardar muito, vamos chegar ao ponto de que para onde quer que fomos teremos outra vez a sua bela companhia.
    Mas ontem vi o jogo todo e gostei. O Sporting jogou qb e a sua ala esquerda funcionou em pleno enquanto Insua e Capel duraram .
    Mas no final ouvimos mais do mesmo. Braga dominador, resultaddo enganador, arbitragem caseira , etc, etc.
    Estou como o amigo A. Trindade. Que bom ser assim . Num passado recente isso passava-se com os nossos principais adversarios. Agora é comnosco , sinal de muito respeito porque por cá as coisas funcionam sempre ao contrario.
    Gostei de Domingos no jogo e no final. Discreto, conhecedor das situações, com boa leitura do jogo e no final a dizer com toda a calma um imensidade de verdades.
    Que tudo se prepare para a grande festa do proximo sábado. Mesmo sem Rinauldo e Izmailov vamos á Luz sem medo e para discutir o resultado . A defesa tem de estar atenta e não poderá cometer erros de marcação. Muita atenção ás arbitragens que podem decidir por onde melhor lhe der na realgana.
    Patricio não pode sair fora para sacudir a bola para a frente, na zona de morte e o Gigante tem de ter cuidado no passe para trás e/ou para os colegas do lado. Toda a tenção é pouca e lá para o lado da Luz há quem esteja mortinho por aproveitar essas abebias
    Vamos para lá como grande equipe que já somos para discutir o resultado e por o nosso grande clube na posição onde todos nós o gostamos de ver.

    ResponderEliminar
  4. Caro Fernando Sousa,

    Melhor que as vitórias morais são mesmo as vitórias de facto. Esta vitória tem um efeito muito importante na confiança e motivação da equipa. O Benfica tinha acabado de empatar com eles e teve mais próximo de perder do que de ganhar.

    Por outras palavras, a exigência subiu e a equipa ganhou na mesma. Mas o teste decisivo é este fim-de-semana. Vou ver se arranjo tempo para escrever alguma coisa sobre isso.

    SL

    ResponderEliminar