segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Back to basics

Considerava o Vukcevic um jogador excelente. Só que, a partir de certa altura, ninguém acreditava nele. Não era só o treinador, os colegas não confiavam nele. Chegados aí, não havia mais nada a fazer. Tive pena, mas as coisas chegadas a um ponto são como são.

Com os outros que continuaram passa-se mais ou menos o mesmo (com a diferença de disporem de muito menos potencial futebolístico). Quando se ataca não se tem confiança em quem se tem nas costas. O meio campo quando passa uma bola para o avançado a primeira coisa que lhe vem à cabeça não é a continuação do lance de ataque, mas preparação para a inevitabilidade da perda de bola. Quem defende sabe que o ataque não marca golos e, por isso, mais tarde ou mais cedo está exposto a qualquer erro ou eventualidade. A desconfiança mata uma equipa.

Não sei se as contratações são melhores que os que lá continuaram. O que sei é que ninguém, nem os próprios, acredita nos que ficaram.

É preciso restabelecer a confiança. A confiança constrói-se a partir de trás. Qualquer equipa tem que estar confiante a defender. Para isso, a defesa deve ter um conjunto muito variado de características. Mas uma delas tem que ter. A defesa tem que meter medo. Depois tem que ter um trinco que ganhe a primeira bola de cabeça. Pode ter outras características que se acrescentam a esta. Mas essa tem que ter. Se não tiver essa não serve e tudo o resto não interessa.

Por fim, o avançado. Qualquer equipa tem que acreditar que jogando melhor ou pior a qualquer momento pode marcar um golo. Mesmo que o adversário seja superior, só precisa de aguentar. Mas aguenta em nome de um crença que se concretiza. A qualquer momento vai aparecer o golo.

À luz do que se referiu, analisem-se, agora, os jogadores que ficaram da época passada. Algum deles dispõe dessas qualidades básicas?

12 comentários:

  1. Felicito-o pelas analises lucidas e inteligentes que nos proporciona, mesmo no meio desta imensa tristeza de ver o nosso clube a fazer tudo ao contrario.

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  2. Tem toda a razão o Rui Monteiro.

    "O pior cego é o que não quer ver", diz um velho adágio.

    Infelizmente ainda temos muitos destes cegos no Sporting (e nas caixas de comentários também).

    Cumprimentos.

    C. Serra

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  3. Oh Rui... agora vendo bem, isso é capaz de ter reparo dentro do nosso plantel.

    Poe-se o Postiga como central. Marcar menos, nao marcamos, e, nao posso falar pelos avançados dos outros, mas, pelo menos a mim, o Postiga mete-me um medo que me pelo! E nem é preciso olhar para ele. Basta ve-lo de verde e branco, que me borro todo!

    JPaulo

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  4. Caro Pedro Santos,

    Obrigado pelo comentário. Isto é, somente, um divertimento, que se transforma num vício quando estou de férias.

    SL

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  5. Caro Carlos Serra,

    Há os que não vêem o óbvio e os mal educados. O maior problema são os primeiros. É que, no que respeita aos segundo, basta apagá-los.

    Há dias alguém, sportinguista, explicava que o Postiga recebe sempre bem a bola, protege-a bem e desmarca com a propósito os seus colegas. Naquele momento pensei que me estavam a falar do Drogba ou assim.

    SL

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  6. Caro JPaulo,

    A ideia é excelente e não me tinha ocorrido. Era capaz de optar por outra "nuance" táctica.

    O nível de perturbação na defensiva que gera o Carriço podia ser reproduzido na área contrária. Assim, não sei se o Postiga deve jogar a central. Mas não desdenho a hipótese de ver o Carriço a ponta-le-lança. De uma coisa tenho a certeza: pior não seria.

    SL

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  7. GENIAL a ideia de postiga a central e carriço a pontadelança :)

    dá pra tudo como num filme do mestre Almodovar...

    quanto a mim vou-me concentrar no hoquei em patins que esta é uma época a doer para subir à primeira divisão: grandes bezanas e alegrias garantidas!!!

    beijos e abraços

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  8. fora de brincadeiras, essa do trinco ter de ganhar a 1º bola aerea é uma grande verdade, que ainda ninguém parece ter percebido em Alvalade...

    e a questão da desconfiança também é muito verdadeira, só com competência dentro do campo se resolve, carriço, polga e postiga são o oposto de competÊncia.

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  9. Eu sempre fui da opinião de que a melhor posição para o Postiga não e a de ponta-de-lança. Mas mais do que central, acho que ele devia ser testado a trinco! Sendo relativamente alto, lutador, esforçado e com uma técnica razoável, alguém podia testar isso! Ponta-de-lança e que não!!!

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  10. Caro joaomiguel,

    E ainda não explorámos todas as possibilidades. Confianaça, então, no hóquei em patins.

    SL

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  11. Caro Liedshow,

    Sem um trinco que faça isso, é preciso que vá lá um central. Se vai um central, ou os lateriais fecham bem no meio ou se perde a bola a equipa fica sempre descompensada no meio, que é uma zona decisiva.

    Em minha opinião, o último que tivemos com essas características foi o Vidigal. Pensando nos adversários, é isto que fazem o Fernando e o Javi.

    SL

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  12. Caro Cafageste,

    Estamos de acordo. Mesmo assim prefiria vê-lo na bancada ou noutro clube qualquer. Nesses lugares é que estava bem.

    SL

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