terça-feira, 2 de setembro de 2025

Não vendas a pele do urso antes de o matar

Após a reta final da rampa das transferências, com a malta acampada em redor das melhores curvas, meu deus, aquilo não é uma rampa, é uma estafa, começa no início de Junho declinando (em alguns casos) no final de Agosto; parecem mesmo as férias grandes no final da década de oitenta quando a malta até se esquecia que estudava. Aqui é parecido: apenas remotamente alguém recorda a existência de um campeonato de futebol, só interessando o relato das transferências, em directo e em várias plataformas. Tanto se esquece, que existem clubes que tentam escrever jogadores no último minuto do prolongamento (jogadores que estavam a ser negociados desde o início das férias grandes) e nem sempre a coisa corre bem. Talvez, afinal, o interesse não fosse assim tanto, conjecturamos nós, que não percebemos os meandros desta corrida de movimentos ímpares e especulatórios.  

Afinal o campeonato já tinha começado, mas apenas no sábado passado. Só no sábado passado se percebeu, ou talvez nem tanto, que o Viktor Gyökeres já não joga no Sporting. Os problemas que ocorrem durante o recreio têm de ser resolvidos pelos outros meninos ou com a intervenção do professor responsável.

Algumas cabeças, ditas pensantes, ficaram surpreendidas. Na primeira parte do recreio a brincadeira correu sem grandes sobressaltos, com uma oportunidade falhada clamorosamente (estava a ver que não conseguia enfiar esta palavra), e um agarrão dado por um menino a outro menino num local proibido para esse efeito. Ninguém achou grande perda, não tardava e o Viktor resolveria.

Sucede que o Viktor Gyökeres já não brinca, o Diomande e o Maxi não estavam no recreio, tendo faltado às aulas para se deslocarem a um centro de saúde (com uma fila de espera razoável), o Kochorashvili andava por ali perdido, com medo das meninas, ao ponto de marcar com os olhos (ele, e o Mangas) o autor do segundo golo, já que no primeiro ninguém se deu sequer ao trabalho de marcar o menino, nem com os olhos. Depois a brincadeira ficou séria, recorrendo-se, inclusive, a um rapaz loiro que o professor não gosta de por a brincar com os outros, acabando o tempo de recreio sem que nada o fizesse esperar.


1 comentário:

  1. Caro, muito bom
    Nas transferências o peso do treinador pouco vale, excetuando talvez no caso do rapaz loiro, o tal trapalhão. Concordo que o interesse em Jota não seria grande, ou então estamos perante verdadeiros amadores.
    Rui Borges é um treinador conservador e muito português, à antiga, não arriscando nada, muito previsível. Basta ver que o lateral grego não entra e o Quenda também.
    Assim não vamos lá...
    SL
    João Alberto

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