segunda-feira, 19 de outubro de 2020

License to kill

A descoberta da pólvora por parte dos dirigentes do Sporting é de louvar. Num tempo de mísseis balísticos de longo alcance, drones teleguiados, possíveis viagens de cruzeiro a Marte, ou apenas o envio de alguns emails, Frederico Varandas reivindica uma patente que muito nos orgulharia, não fosse o seu anacronismo, ou o facto insólito e surpreendente, de muitos o andarem a reclamar há vários anos: o Sporting é um peso pluma do futebol português, uma lateralidade permitida desde que não se intrometa onde não é chamada. O paternalismo de uns, a condescendência de outros, a bonomia dos próprios, é tristemente plasmada nos resultados. 

O jogo deste fim-de-semana foi apenas mais um exemplo da nossa irrelevância. A essa dita irrelevância no contexto do mundo minado da bola em Portugal, será preciso acrescentar algumas notas importantes. Por acaso, até tivemos oportunidades suficientes para obtermos outro resultado, sofremos golos dignos de uma comédia musical (daquelas que apenas se veem de ressaca ao domingo à tarde) e, vivemos, mais uma vez, de ideias (o plural é da minha responsabilidade), sem que se vislumbre o substancial, para além do abstrato. E para isso faltam, pelo menos, mais um central a sério e um avançado móvel que se dê bem com o Amorim.

Temos jogadores: Pote (em grande) e Porro, Mendes e Matheus, Santos e Palhinha. Durante o seu longo aquecimento, João Mário acertou mais passes que o Neto durante todo o jogo. O Neto daria um bom speaker de cenários motivacionais com pronúncia do Norte, ou um bom administrativo na área da confiança e da dinâmica de grupo. Ao Sporar ainda lhe faltam (supostamente) algumas leituras sobre o mundo das ideias de Platão. À consideração de Amorim.

O resto são peanuts e muito gelo nas pernas dos jogadores do Sporting. Uma license to kill não se vende na net…pois não?

9 comentários:

  1. Já souberam da existência da pólvora há muito, mas por razões estratégicas internas, convém fazer alarido e armar...

    Dos fruteiros nada de novo, licence to kill and still

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  2. E dos lampiões , também há licença to kill , ou não ... veremos a coragem do panilas quando acontecer o mesmo com os lampiões .

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  3. Meu caro,

    license to steal...
    a coragem logo se verá...ou não.

    SL

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  4. Caro Gabriel,

    Parece que até o novato Varandas já percebeu que não é por falta de jogadores que não se vai mais longe. Descobriu a pólvora. Sim, um ponta de lança ou um central dariam jeito, mas nada que se compare ao jeito que daria um Reinaldo Teles, um António Garrido, um Paulo Gonçalves ou um Nuno Cabral... só nos resta reconhecer, como dizem por aí, que os nossos rivais estão muitos anos à nossa frente.

    SL

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    1. Meu Caro,

      Estão uns anos há frente e fazem tudo para conservar o lugar: o do clube e o seu...

      SL

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  5. Então o panilas não dizia que tinha anos e anos de futebol ? pobre estriste e pobre SCP .

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    1. Meu caro,

      A linguagem a seu dono.
      Os erros de casting são outra coisa. Alguém votou. Até ver...

      SL

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