Menos de vinte e cinco mil pessoas em Alvalade (começa a ser
normal). Mais algumas a assistir em casa ou no café. Treinar mais, com mais
tempo, pelos vistos não é melhor. Mas deve dar para ver que Doumbia é um
bocadinho melhor que o Gudelj. A semana tinha sido interessante em termos de
faca e alguidar e alguns ressabiados trouxeram do carnaval a fantasia de
messias; fantasia essa que volta e meia paira junto à estátua do leão. A nossa
fantasia deveria ser apenas o Cristiano Ronaldo (ou, talvez, a Georgina). É o
mais próximo que um dos nossos estará do Olimpo.
Isto tudo para não falar do jogo. O adversário demorou mais
de meia hora para passar do meio campo. Deve ser a isso que os treinadores chamam
de exibição conseguida. O Sporting quando não tem um adversário arranja sempre
um. Nem que seja dentro de portas. Fizemos de tudo para não chatear demasiado o
nosso oponente, ao mesmo tempo que tentávamos lançar no mercado uma nova gama
de soporíferos. Quando chegou o intervalo foi um alívio para todos.
A segunda parte abriu praticamente com uma perdida do Raphinha.
Logo a seguir uma bola, sabe-se lá bem como, chegou aos pés de um nosso
adversário em frente à baliza, o qual, atónito, ainda olhou para o treinador
a perguntar se era para marcar, a resposta foi qualquer coisa como acerta num
dos gajos, um golo da nossa parte não faz parte da estratégia. E assim foi, o
tipo chutou contra o Ristovski que era quem estava mais à mão. Da nossa parte,
a estratégia não englobava qualquer golo de bola parada, principalmente de
canto (e foram uns quinze). Mas não dizia nada na folha de serviço sobre marcar
a partir de um lançamento lateral.
O Acuña que jogou muita bola lá no bairro sabe bem a
importância de um bom lançamento para um companheiro que esteja à mama. Neste
caso apenas desmarcou o Fernandes que já fez este ano duas voltas ao mundo em quilómetros
corridos, enquanto a equipa adversária tinha adormecido com aquele medicamento
que tínhamos distribuído na primeira parte. Contra o Bruno Fernandes não há estratégia
que valha, o passe foi meio golo para o Raphinha brilhar.
A partir daí o treinador adversário fingiu que estava
desiludido com o resultado. O Keiser que já sofre da síndrome portuguesa de que
mais vale um pássaro na mão do que dois a voar, fingia que ia mexer para tentar
matar o jogo. No meio disto tudo não admira que a bola não entre nas balizas. A
não ser por um acaso, ou num lance trabalhado, como um lançamento de linha
lateral com a equipa adversária a dormir.
Excelente texto.
ResponderEliminarSem soporíferos...
SL
Obrigado.
EliminarSL
Um bom texto para evitar dizer,como eu, foi um jogo miserável!Desde Vercauteren que não via o Sporting jogar tão mal.SL
ResponderEliminarMeu Caro,
EliminarObrigado, ainda vamos muito a tempo de fazer melhor.
SL
"Isto tudo para não falar do jogo" é excelente. A semana que se passou também foi interessante. Não precisamos de inimigos para nada.
ResponderEliminarAbraço
Meu Caro,
EliminarSomos interessantes e inventamos dificuldades. É caso único. Não sei se de louvar.
Abraço
Isso não é de agora,até o João Rocha teve que enfrentar algumas alimaria,daquelas que agora pululam por aí a dizer que agora é que é preciso união
ResponderEliminarMeu Caro,
EliminarÉ a nossa história. Ou será estória?
SL
Caro Gabriel Pedro
ResponderEliminarParabéns por ter coseguido escrever uma crónica acerca de um jogo tão aborrecido. Só nós, sócios e adeptos do Sporting, conseguimos assitir a estes espetáculos tão desinteressantes.
SL
Obrigado meu caro,
EliminarSe calhar é masoquismo. Só pode melhorar...
SL
Éramos, um bocadinho mais que 25 mil, éramos 28.129, já contando comigo. o jogo foi fraco. Mas, vale sempre a pena, ir a Alvalade, só para ver as camisolas verde e brancas a movimentarem-se no relvado (pouco importa quem as veste). O jogo pode ser fraco, mas o espectáculo é sempre deslumbrante (é necessário positividade e lirismo).
ResponderEliminarJ.Rocha. SL
Parabéns ao J.Rocha pelo seu sportinguismo.
EliminarObrigado pela correcção.
EliminarEu próprio, se estivesse por Lisboa seriam 28.130. O espectáculo nem sempre é deslumbrante, mas grande parte das vezes as bancadas são.
SL