quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Há estarolas que são mais iguais do que outros (cont.)

A história do Djaló é bastante diferente da do Postiga.

A primeira vez que dei com ele, foi quando marcou uns golos ao Benfica no Torneio do Guadiana em 2006. Adivinhava-se-lhe, como a tantos outros das nossas camadas jovens, um futuro promissor. E foi do futuro que passou a viver a partir daí.

Era um jogador muito espontâneo, de remate fácil e difícil de marcar. Nunca foi, mesmo assim, uma aposta forte para titular. No princípio, jogava como segundo ponta-de-lança com o Liedson. Mas, como disse, nunca foi aposta segura. No tempo de Paulo Bento, várias alternativas se procuraram para jogar com o Liedson: Deivid, Bueno, Alecsandro, Purovic, Tiuí, Postiga ou Derlei.

Não se tendo afirmado no centro do ataque, foi sendo, pouco a pouco, desviado para as alas. Aí é que as coisas ainda mais se complicaram. Nunca teve técnica para jogar em espaços onde o espaço rareia. Foram muitas mais as vezes que saiu com a bola pela lateral ou pela linha de fundo do que aquelas em que fez qualquer coisa de útil.

A estrela foi-se progressivamente apagando e passou a patinho feio. Mas, valha a verdade, nunca foi considerado uma vedeta nem se deu ares de o pretender ser, muito menos dispôs dos favores da crítica.

Mesmo assim foi um jogador útil nas primeiras épocas. Uma segunda opção, mas uma segunda opção útil. Marcou 23 golos para o campeonato em cinco época, não sendo uma primeira opção e nem sempre jogando no centro. A ele lhe devemos, em grande medida, a Supertaça de 2008, quando marcou dois golos contra ao Porto.

Um dia, perguntaram ao Litos porque razão não se tinha confirmado como um grande jogador, ao nível do Futre, depois dos juniores. Em resposta, simplesmente afirmou que não dispunha da mesma qualidade de muitos outros e da qualidade que lhe pressentiam quando era jovem. Às vezes as explicações para o sucesso ou insucesso de jogadores como o Litos e o Djaló são simples. Vivem do futuro até que, um dia, o presente lhes bate à porta.

(Estas histórias do Postiga e do Djaló no Sporting merecem uma conclusão, uma moral final. Fica para amanhã, se tiver tempo)

2 comentários:

  1. Ao contrário do Postiga, vejo muito potencial no Djalo. Ou pelo menos, ele tinha o potencial para ser grande, muito grande. É um jogador extremamente rápido, bom na finta longa e em esticar o jogo, e possui um fortissimo remate.

    Depois, tinha pouca técnica, um primeiro toque de fazer chorar qualquer adepto, uma capacidade mental tão boa como a de uma tartaruga...

    O Djalo entrou numa autêntica espiral. As coisas foram correndo mal, mal, e mal, e depois quando se deu por isso, o Djalo estava num buraco gigante. A solução só poderia ser a sua saída. Rendeu 4,5M, e aposto que vai dar jeito no Nice. Em Alvalade é que nunca mais iria render.

    PS: Aposto que em 2 anos está no Porto. A Luciana vai fazer a folha..

    http://espiritoleonino.wordpress.com

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  2. Caro espiritoleonino,

    O Postiga é e sempre foi uma autêntica anedota. Correu tudo o que é equipa sem ter jogado nada que se visse.

    O Djaló prometeu muito, só que não evoluiu. No Sporting estava acabado. Foi bem vendido por 4,5 M€. Pode ser que ainda venha a evoluir. Duvido, mas pode sempre acontecer.

    Também acredito que ainda venha para ao Porto. O Porto teve e tem bons jogadores que passaram pelo Sporting. Mas à conta dessa política já meteu barretes inomináveis (Peixe, Costinha, Morato, etc). Como ganham, esses barretes dão menos nas vistas.

    SL

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