terça-feira, 30 de junho de 2020

Déca(lage)...


Depois de Mourinho (O Verdadeiro) começaram a despontar com regularidade novos Mourinhos (normalmente falsos). O próprio Mourinho (O Verdadeiro) após algumas derrapagens surge, a espaços, como o novo Mourinho, emergindo das trevas. O mais recente entre os tais novos Mourinhos era (o tempo verbal é mesmo esse) Bruno Lage. No final da época passada o jornal A Bola considerou fazer uma edição no seu formato anterior (standard ou broadsheet), aquele formato grande que aparecia na série Duarte e Companhia, para melhor destacar o advento do novo Mourinho.

Quem conhece o mundo das Repúblicas de Coimbra sabe que cada ano vale por cem. Cada comemoração de aniversário é apelidada de centenário. No futebol português, a passagem do tempo obedece a uma calendarização muito própria, condicionada por matizes nem sempre observáveis a olho nu. Assim, no espaço de pouco meses, novos Mourinhos desgastam-se tão rapidamente que se confundem com a poeira da ausência de memória. Ao desgaste da memória, junta-se um processo de mumificação de alguns jogadores, processo esse que nos faz duvidar que estes alguma vez tenham sido profissionais de futebol.

A escala do tempo geológico, caracterizada por diferentes tipos de unidades e períodos de tempo indefinidos, divididos em muitas eras, é assim subvertida por uma rapidez de processos que permite a fossilização rápida de alguns organismos recentemente reconhecidos pela sua genialidade. É daqui que vem a tal frase do futebolês : o que é hoje verdade amanhã é mentira.

Parte significativa (a que realmente importa) do nosso futebol é decidida fora das quatro linhas. E esse futebol merece os seus estádios vazios. Entretanto, um novo Mourinho estará na forja…

10 comentários:

  1. Caro Gabriel,

    A memória é uma coisa terrível. O Lage era um génio e deixou de ser (deve ter voltado para a lâmpada mágica onde estava e ninguém mais se interessou em a esfregar para ver se voltava para cumprir os desejos benfiquistas).

    Tudo é conjuntural, tático. O Lage não era aposta nenhuma. Era o recurso disponível quando não havia outros, depois do despedimento do Rui Vitória (também colocou o lugar à disposição?). Se fosse aposta, continuava. Era uma boia e agora é preciso arranjar outra. Aparentemente será uma boia mais cara desta vez.

    Um abraço,

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    1. Caro Rui,

      Falta o rei da táctica, o tal que supostamente roubou material (e informações) informático. Mais uma voltinha para que fique tudo na mesma. Alguns têm memória. Mas são sempre dissidentes...

      Um abraço

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  2. É o Rúben Amourinho! Lagarto, lagarto, não quero ser (ave) agoirento(a)...

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    1. Bem visto, meu caro,
      Mas sem direito a manchete da bola...

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  3. No reino da Luz "há mar e mar, há ir e voltar". Nascem "Mourinhos" e fenómenos no Seixal, compram-se jogadores que se valorizam à velocidade da luz, mas a maioria não passa de cometas pois a sua luz esvanece-se rapidamente. A estrutura da Luz é extraordinária mas ficou debilitada quando o Paulo das toupeiras teve que sair (mais um que pediu a demissão). Na época passada o Lage Mourinho venceu o campeonato por demérito do Conceição zangado e mal-disposto. Este ano é quase o contrario tão mal os dragões jogam. O presidente da Luz balbucia umas patetices, no seu linguajar iletrado e diz que vai falar com a família, para saber se desiste ou não, foi um momento de grande comédia. Mas, para nós sportinguistas, melhor que ouvir o discurso do Vieira, é escutar o silêncio de Varandas. Tão bem que ele fala, quando está calado. Entretanto fala o Amorim, que bem que fala, enquanto vai vencendo, será ele o novo Mourinho?

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    1. Meu caro,

      Isto de estar sempre a ver a luz não é para todos.
      E para continuar a ver a luz é preciso manter o tacho, perdão, a presidência.

      SL

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  4. se sair dos lampiões , vai ver luz aos quadradinhos .

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  5. Meu caro,

    Daí a conversa em família...

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