domingo, 28 de julho de 2019

Alguns violinos e muito bombo


Estes jogos valem o que valem, o mesmo quer dizer que um chavão vale um chavão. Podíamos, sem esforço, reforçar o chavão das bolas paradas, a emperrada dinâmica (é assim que se diz) defensiva, com jogadores ainda a banhos (Coates) e outros que dificilmente serão os titulares. Borja vale o que vale, Correia valerá o que se verá (e espera-se muito), Acuña ainda vai valer muito dinheiro (este ano?), Ristovski ainda está em banho-maria, assim como a grande esperança Rosier (quando joga afinal?). Doumbia é um seis muito jeitoso (como se diz na minha terra), Eduardo ainda está a mudar o equipamento de azul para verde (não é mesma coisa, pois não?), Battaglia continua a sua batalha para debelar a lesão, lá longe, provavelmente aguardando mais um aumento por serviços prestados à comunidade.

O problema é que hoje em dia tudo é visto e revisto, os jogos passam todos em directo e a cores, entre transferências e outras miudezas devidamente dissecadas nas tascas e arredores. Não é como anos atrás quando eu e o meu pai deixávamos a praia para ver o único jogo televisionado do defeso. As coisas eram mais imaginadas e vividas no descanso das férias, o defeso eram uns jornais e a alegre cavaqueira das sardinhadas. Tudo isso hoje se esfumou num defeso ditado pelo mercado, longo e apropriado ao mister da indústria que nele se sustenta e vive.

Entramos bem, a tratar a bola com o carinho que merece, com jogadas fluídas e um grande golo. Perdão, uma grande jogada mais uma vez com o pé do Bruno Fernandes, assistência do Raphinha (podes fazer muito mais, meu caro) e um grande golo do Bas Dost. Um golo com cheirinho a Fernandes, cheirinho esse que habita o campo todo, confundindo-se com a própria equipa que tanto dele depende. Será? Basta observar como O Wendel se sente bem ao inalar esse aroma a Fernandes, contagiando até o Vietto que só não marcou por estar dele demasiado inebriado. Sofremos um golo de bola parada mas já com ela em andamento. Mas não para nós.  

Na segunda parte com ou sem penálti, as equipas começaram a juntar os trapos todos, umas vezes bem outras assim assim. Sofremos um golo num momento que vale o que vale: uma transição ofensiva deles que foi obsequiada pela nossa dinâmica defensiva. O Fernandes tentou o golo umas cinquenta vezes e merecia-o. Os outros talvez não merecessem tanto. Não estava lá o Peyroteo. Ele sabia como se fazia. Os outros violinos também. Tudo isto vale o que vale. 

6 comentários:

  1. Excelente prosa.
    Acho que violino é só o Bruno Fernandes e se for embora?
    O Keiser diz que estamos preparados. Ele saberá melhor que ninguém.

    Paulo L
    SL

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    1. Meu Caro,

      Obrigado. Se for embora o Bruno F. fica por cá o espírito e o cheirinho, deve dar para ganhar uns jogos.
      Acho que o keizer conta com isso:..
      SL

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  2. Violino é, de facto, apenas o BF. Os outros são rabecas, uns afinados e outros desafinados. Gostei do cavaquinho, Thierry (estes nomes complicados só dificultam a nossa escrita) Correa e do rabecão Doumbia. Vamos ver, no próximo domingo, se esta económica orquestra de cordas será suficiente, ou não, para fazer face aos Stradivarus vermelhos.

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    1. Meu caro,

      Ainda estamos longe de ser uma orquestra afinada. De económica, segundo sei, não em nada, de certeza que ainda entrarão uns tocadores de banjo. Vamos ver se os violinos ficam...

      SL

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  3. Keizer disse: agora é que vão começar os jogos a serio. Se ele disse, é o treinador, temos de acreditar.
    Domingo, aproveitar que o Benfica esta orfão do Félix. Há lá outros? Não contam!

    João Balaia

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    1. Meu Caro,

      Vale o que vale. Mas tem razão numa coisa: agora vai ser a doer. Estamos preparados, segundo ele. Quem somos nós para duvidar...

      SL

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