sábado, 8 de julho de 2017

“Matéria Amativa”



Há uma nova versão do “amor à camisola”. Esse amor só existe se for amor à camisola do Benfica. É concebível que se troque uma outra camisola pela do Benfica, isso é amor. Pode ser até paixão, se vier do Sporting. Já quem se apaixonar por outras camisolas abandonando o Benfica, trata-se de um ser ignóbil, de um eunuco, de um fingidor, um interesseiro, um ogre incapaz de amar.
Antigamente, num país ainda mais atrasado, minado pela ignorância, pelo sexismo e pela tolerância (quase legal) face à violência doméstica, dizia-se com bonomia machista e autoritária que “quem não era do Benfica não era bom chefe de família”. Hoje, mais evoluídos, o que parece vigorar é que “quem não ama o Benfica, não ama de todo”.
Não tenho um medidor de “matéria amativa”, utilizando o conceito poético do meu amigo Virgílio, mas acho que cada um é livre de amar o que quiser. Até o Benfica.

1 comentário:

  1. Enorme prosa A. Trindade.
    Tudo certo nos sítios certos. Mas toda a gente do Benfica parece não perceber.
    Mesmo aqueles que eu julgava mais evoluidos, os que eu julgava menos atrasados...
    Desisti de os tolerar sequer...

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