quinta-feira, 13 de outubro de 2016

As revelações tardam

Vi jogo com o Famalicão, para a Taça de Portugal, com a expetativa de assistir à revelação dos nossos craques contratados à última hora, após a transferência do Slimani e do João Mário. Comecei a vê-lo a meio da primeira parte. Estávamos a ganhar por um a zero.

Durante a primeira parte não fiquei com a certeza sobre quem eram os jogadores que estavam a jogar. Por exemplo, só ao intervalo é que fiquei a saber que o Markovic estava a jogar, quando me informaram que o golo tinha sido dele. Infelizmente não foi só o Markovic. O Alan Ruiz nem vê-lo também.

Não vi uns, mas vi outros, embora preferisse não ter visto. Preferia não ter visto o Petrovic ou o Jéfferson (este é um caso definitivamente perdido). Na segunda parte, avisado ao intervalo da constituição da equipa, passei a vê-los todos. Vi e não gostei muito. Não gostei do Markovic, do Alan Ruiz, do Jéfferson ou do Joel Campbell. Gostei assim-assim de outros. Achei o André esforçado, os centrais periclitantes e o João Pereira inconsequente. 

As coisas só não foram piores porque entrou o William Carvalho. Estou disponível para pagar bilhete só para o ver jogar. Com ele, até o Elias parece melhor. É uma autêntica máquina humana de otimização. É um algoritmo simplex com pernas. A bola, com ele, percorre sempre o caminho mais curto e mais adequados face às restrições de espaço e de tempo que os adversários colocam em campo. Estava extasiado e mais extasiado fiquei com a entrada do Gelson Martins. Gelson é o regresso ao jogo da bola. É a vertigem, ponteada pela disciplina tática que o Jorge Jesus lhe vai impondo, naturalmente.

A arbitragem foi lamentável. Valeu tudo. Há muito tempo que não assistia a uma sessão de pancadaria assim perante a complacência do árbitro. Tudo foi permitido aos jogadores do Famalicão: pontapés, calcadelas, cotoveladas e outros ataques aos jogadores do Sporting ao jeito do Taekwondo.

8 comentários:

  1. Concordo bastante com o que diz.

    Atenção: Markovic já marcou golos, sim, mas está longe de ser um jogador maravilha. Nunca o achei brilhante quando jogava no slb ou liverpool, longe disso, e agora ainda menos.

    William Carvalho: um computador quantico com pernas. Um jogador com uma visão de jogo e capacidade de posicionamento similar ao de Redondo ou Makelele, embora seja um jogador diferente em muitos aspectos.

    Arbitro e jogadores do Famalicão: tudo é permitido a quem joga contra o Sporting.

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    1. Meu caro,

      O Markovic parece estar sempre a jogar a medo. Não tem convicção. Dá ideia que não recuperou psicologicamente das lesões e das últimas épocas.

      O William Carvalho não é deste mundo. O passe de trivela a isolar o Markovic devia estar em compêndios sobre como jogar bem à bola.

      A arbitragem foi um escândalo. Não há palavras.

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  2. eu aproveito para destacar o Gelson Fernandes. Na primeira época disse várias vezes que parecia um Douala, tal era a incapacidade do Gelson pensar o jogo - a bola tabelava-lhe nos pés sem que ele se desse conta. Hoje é impressionante a forma como ele consegue decidir as jogadas com rigor e velocidade - por vezes é preciso saber dar tempo e o Sporting (e os seus adeptos), o Jesus e o Gelson estão de parabéns. PS: e eu também porque nunca o assobiei :) ...como é (devia ser) óbvio!

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    1. Meu caro,

      Num certo sentido, o Gelson faz-me lembrar o Figo. Pode ser que aprenda o que o Figo aprendeu com o Cruijff, isto é, que não pode ir sempre para cima do adversário. É preciso receber e passar para trás e para o lado quando é necessário. De outra forma não se surpreende o adversário.

      Em bom rigor, o Ronaldo, embora com características diferentes, também era assim no início. Queria sempre levar tudo à frente. O Ferguson é que o ensinou.

      Esperemos que o Jorge Jesus venha a ser como o Ferguson ou como o Cruiff. Até agora, não está a correr mal, muito pelo contrário.

      SL

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  3. Caro Rui

    Um dia todos os vários compêndios, enciclopédias, wikis ou não terão de compreender isto que diz sobre o William:

    "É uma autêntica máquina humana de otimização. É um algoritmo simplex com pernas."

    SL

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    1. Meu caro,

      Esta metáfora com programação linear e tudo pelo caminho talvez seja capaz de explicar a forma como o William Carvalho toma sempre a decisão certa. A bola vai sempre para o sítio certo, mesmo quando não estamos a ver sítio nenhum.

      SL

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  4. Eu acho que o Petrovic é o resultado da união do Purovic com o Had, tal é a dificuldade motora que apresenta. A sua substituição ao intervalo foi providencial. JJ andou a fazer más substituições nas últimos jogos e parece que agora aprendeu. E não me digam que ele saiu porque estava lesionado. Ele já estava naquele estado quando começou o jogo ou, até mesmo, quando foi contratado. Grande JJ!!

    O Alan Ruiz custou 8M de euros. Mas não custou só isso. Custou também o facto do Matheus Pereira andar pela B (a brilhar) e o Iuri a "evoluir" no Bessa. Resumindo: é um prejuízo enorme. Mesmo sem jogar só dá prejuízo, jogando ainda dá dor de estômago. JJ, poupa-nos.
    O Jefferson ontem informou o mundo do futebol que já não quer saber mais disto. Para ele, já chega.

    Só não percebo é porque não se poupou este 11 para terça-feira.

    Uma palavra final para Manuel Mota: esteve à altura do jogo, uma verdadeira m****. Viu-se claramente que se preparou para o jogo.

    um abraço

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    1. Meu caro,

      As aquisições metem-se sempre uma grande confusão. Só faz sentido contratar alguém quando se acredita piamente que é melhor do que quem está. O prejuízo é duplo ou triplo até. Deita-se dinheiro fora com a aquisição. Impede-se a utilização de quem está. Quando quem está é jovem com potencial, perde-se um potencial negócio futuro.

      Para mim, estes estavam bons para jogar contra o Dortmund. É preciso acabar com a parvoíce da Liga dos Campeões e quanto mais depressa melhor.

      Já não me lembrava de uma arbitragem como esta. Valeu tudo menos arrancar olhos.

      Um abraço

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