sábado, 10 de setembro de 2016

Mais uma corrida, mais uma viagem

Mais um jogo, mais uma vitória. Três golos marcados e nenhum sofrido. Mais uma corrida, mais uma viagem. Vamos em quatro vitórias em quatro jogos. Parafraseando o Jorge Jesus, mas agora a sério: limpinho!

Começámos com muita bola e a fazer cócegas à defesa do Moreirense. Falta ali um Slimani qualquer. O Bas Dost não pressiona tanto e não é tão feio. No mínimo, mandava-lhe rapar o cabelo e fazer duas ou três tatuagens. Tem uns tiques à Aquilani que me encanitam os nervos. Apesar de tudo, sabe marcar golos sentado, habilidade nunca revelada pelo Slimani, que nunca gostou de jogar de cadeirinha.

Estávamos num chove-não-molha, quando o William Carvalho pelo canto do olho viu a desmarcação do Gelson Martins e fez uma assistência para um espaço que só existia na cabeça dele. O Gelson, com dois toques - um para dominar a bola e outro para encostar para a baliza-, fez o primeiro golo. O Moreirense ameaçou o empate com um remate perigoso na sequência de um livre. A seguir suicidou-se com a expulsão de um jogador.

Entrámos na segunda parte finalmente a jogar como deve ser. Na reposição de bola, um central trapalhão passou a bola ao Bas Dost que por pouco não marcou. Boa defesa do guarda-redes. Logo a seguir, remate do Adrien à entrada da área com o pé esquerdo e nova boa defesa do guarda-redes. Começava-se a temer um daqueles jogos em que se desperdiçam golos atrás de golos até acabarmos com o credo na boca.

De um momento para o outro, marcámos mais dois golos e acabámos com o jogo. No primeiro, o Alan Ruiz, com tempo e espaço, fez um passe perfeito para a cabeçada imparável do Joel Campbell. O segundo foi a melhor jogada do desafio. O Gelson Martins desmarcou o Scheolotto do lado direito para um centro imediato ao primeiro poste, respeitando a desmarcação do Bas Dost, que acabou por não acertar na bola. Gera-se uma confusão entre ele e um defesa, a bola parece que não quer ser aliviada e o Bas Dost, sentado, meteu-a lá dentro outra vez. Apesar da posição não ser a mais conveniente para um avançado marcar um golo, sublinha-se o “soupless” do Bas Dost a fazer o remate. Desta forma, o defesa e o guarda-redes saíram dignificados, apesar do ridículo da situação

A partir do três a zero. O Jorge Jesus resolveu dar ritmo de jogo a algumas das mais recentes contratações. Não há dúvidas que estão com falta dele. Mas podia ter aproveitado os jogos da Liga dos Campeões para isso. O Markovic parece vir de um longo período de convalescença. Entrou-se na fase de deslumbramento, com os jogadores preocupados com a nota artística. Foram toques de calcanhar a mais. Não foi para isto que foram contratados. A equipa de futsal é campeã e reforçou-se devidamente.

Os últimos trinta minutos foram irritantes. O Moreirense foi avançando. Porventura, a ideia talvez fosse aproveitar este adiantamento para umas transições ofensivas, como hoje se diz (dantes dizia-se contra-ataques). Nada disso aconteceu. O Moreirense esteve perto de marcar. Não marcou porque o Monstro das Balizas assustou os seus jogadores.

8 comentários:

  1. Mais uma excelente crónica.
    Em relação ao golo do Dost, ele não rematou sentado. Rematou deitado, o que é ainda mais difícil. Ainda o hei-de ver marcar um golo com o cú, qual Jardel, no galinheiro, para sublinhar aquilo que eles são.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Aqui está: https://postimg.org/image/5rwfx8b37/

      Eliminar
    2. Meu caro,

      Não foi assim que eu vi o lance. Ele está sentado e apoiado nas duas mãos. Foi o facto de estar nessa posição e ter esses apoios que permitiu impulsionar-se para a frente e rematar. Quando remata, obviamente que está deitado outra vez. Mas não vamos discordar por causa disso.

      Mas antes sentado que deitado. É que ainda pareceu um pouco a dormir.

      SL

      Eliminar
  2. Caro Rui,
    Excelente análise, como sempre. Inteligência, Sportinguismo e realismo.

    Concordo com a análise. Espero que o JJ faça o contrário daquilo que disse e utilize a champiopns para rodar a equipa.

    O foco tem que ser o campeonato.
    Domingo temos um jogo essencial contra o rio ave, um dos campos mais difíceis.

    Gostei da entrada do André. Um novo Teo?

    O schelotto parece um tractor, sempre em frente.

    O Senhor Rui Patrício? Já não há palavras.

    O Lazar esteve trapalhão, mas nota-se que tem velocidade acima dos outros.

    SL.
    Paulo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro Paulo,

      Obrigado pelo comentário.

      As nossas possibilidades na LC são poucas ou nenhumas. O treinador não pode dizer isso, mas sabe-o. Espero que tire das devidas consequências. Como diz, o próximo jogo que interessa é contra o Rio Ave.

      SL

      Eliminar
    2. Aliás, não reprovaria que alguns dos titulares nem sequer fizessem a viagem para Madrid. Por mim, patrício e E. carvalho ficavam em Lisboa.

      Eliminar
  3. Caro Rui,

    Excelente crónica. Um jogo com pouca história porque o domínio que os habituais impuseram ao meio-campo, chegou para dar uma hora de jogo para os 'novos' brincarem. No fim deslumbraram-se e foram toques de calcanhar a mais.

    Quanto ao Bas Dost, acrescento uma nota. O homem claramente não conhece o nosso futebol. Viu-se quando ficou eternamente a espera (e em repetidas ocasiões) que o GR do Moreirense tivesse ali para jogar futebol. Não tem a ver com a forma como se disputam as bolas. Tem a ver com perceber o mundo que nos rodeia. Mas isso com tempo resolve-se.

    SL

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro João,

      Excelente nota. De facto notou-se nitidamente que ele ainda não sabe como se joga em Portugal. É preciso ir pressionar o guarda-redes e os centrais. De outra forma, a bola nunca sai de lá. Na segunda-parte estava mais avisado.

      SL

      Eliminar