domingo, 28 de abril de 2013

Falta futebolês pós-moderno no ataque

Fim-de-semana fora. Saio de Ourém e fico a saber que o Ouriense tinha acabado de se sagrar campeão de futebol feminino. Fico a pensar que se tivesse ido a Alvalade ganhávamos o jogo de caras.

Venho pelo caminho a ouvir o relato. A coisa começa bem. O Bruma parece um autêntico quebra-cabeças e o Capel mete a primeira lá dentro. Na primeira parte, pelo que ouvi, controlámos o jogo. Não deixámos o Nacional chegar à nossa área, quanto mais rematar com perigo. Mas, por isto ou por aquilo, acabámos por não marcar mais nenhum.

Chego a Braga e vou ver o jogo ao café da esquina. As coisas estavam a ficar feias. Fiquei com a sensação que fisicamente a equipa não conseguia acompanhar o ritmo do adversário, sobretudo o meio-campo. O Adrien, o André Martins e o Capel estavam mais para lá do que para cá. O Jesualdo percebeu cedo que estávamos a ir por mau caminho. Procurou recompor o meio-campo. Tirou o André Martins e o Adrien e meteu o Schaars e o Labyad. Quando parecia que estávamos a equilibrar o jogo, o Bruma faz uma asneira e o Nacional marca. É um miúdo, um miúdo habituado a atacar e que, de repente, se viu virado para a sua própria baliza sem saber bem o que fazer à bola. Às vezes uma biqueirada é a melhor solução.

Entra o Viola e abana com o jogo. O Ilori faz um corte absolutamente notável. Bola lá, bola cá, até que surge o golo. O improvável Rojo teve direito ao seu dia. Depois, conseguimos controlar o jogo. O Capel aprendeu imenso com o Jesualdo. Levou a bola para a linha e lá foi encanando a perna à rã, uma e outra vez.

A equipa melhorou muito, mas não melhorou ainda o que pode, e deve, melhorar. Recorrendo ao futebolês pós-moderno, falta “agressividade ofensiva” e “melhor definição dos lances de ataque”. Há sempre alguém que no momento decisivo hesita: remata quando devia passar, passa quando devia rematar, centra um pouco para trás ou um pouco para a frente. E a equipa também não pode depender quase exclusivamente do Wolfswinkel. Os médios e os extremos têm de marcar mais golos. Só assim os defesas são surpreendidos. É que, como aconteceu em vários lances, os defesas sabem que, mais tarde ou mais cedo, vamos acabar a tentar meter a bola no Wolfswinkel.

2 comentários:

  1. Gaita...sofri mais do que merecia...11

    um dia destes morro com um ataque de coração numa cadeira verde de Alvalade...

    Mas foi bom saborear os três pontos...!!

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    1. Meu caro,

      Isto tem pelo menos a vantagem de acabarmos o jogo em apoteose. Mas temos de evitar estas coisas. Temos de aprender a vencer habitualmente.

      SL

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