segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

A silvicultura do reforço

Quando era treinador do Sporting, o Paulo Sérgio reclamou vezes sem conta um pinheiro. Na altura, não compreendi bem o alcance deste pedido, desta exigência, pois também não compreendi bem a sua passagem pelo Sporting em vez do André Villas-Boas. Não via préstimo algum num pinheiro, num pinheiro a sério, num “Pinus pinaster” ou num “Pinus halepensis” plantado no relvado do Estádio de Alvalade. 

Passados estes anos todos, mais maduro, muito mais maduro, compreendo melhor o Paulo Sérgio. Recorreu a uma alegoria, tão-só. O que ele pretendia era um pinheiro de carne e osso, um substantivo próprio, um Pinheiro devidamente registado no Arquivo Distrital de Lisboa, como dantes constava dos Bilhetes de Identidade. Pretendia-o porque pretendia mais um jogador, um jogador que reforçasse o ataque da equipa. 

Também só agora é que compreendo o Bettencourt e o Costinha. O André Villas-Boas demorou mais de década e meia para perceber aquilo que tinha percebido o Paulo Sérgio há muito, muito tempo [teve razão antes do tempo, como se costuma dizer na política]. O Porto precisava de se reforçar e reforçou-se. Mesmo assim, não sei se chega, pois o Benfica parece ter-se reforçado mais, muito mais. O Sporting é que parece que nunca se reforça por muito que se reforce. 

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