quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Greves assim-assim

Comecei por ouvir que os árbitros iam fazer greve na próxima jornada do campeonato. Afinal não era verdade. Iam pedir dispensa alegando que não andam bem psicologicamente (costuma-se dizer que não andam bem da cabeça), mantendo, portanto, o salário. Era uma greve que não podia ser greve por que seria ilegal. Seria uma coisa em forma de assim.

Afinal também não era verdade. Tinham metido dispensa tarde e a más horas e a dispensa só podia ser concedida passados vinte dias. É uma greve que não é greve, convocada nos prazos legais, mas não envolvendo o respetivo sindicato. Este é um exemplo com enorme potencial para ser replicado em todas as profissões em Portugal. Os professores, os enfermeiros e os trabalhadores do INFARMED devem ser os senhores que se seguem.

A dispensa é fundamentada nas suspeições e críticas e, sendo assim, na necessidade de dar um murro na mesa, pelo que li por aqui. Os juízes julgam dando com o martelinho na mesa. Os árbitros julgam aos apitos. Não vejo como é que podem passar a julgar aos murros na mesa. Não me parece que se façam ouvir assim, para além de ser bastante incómodo andar no relvado com uma mesa debaixo do braço. Também é um excelente exemplo para ser replicado em Portugal por todas as pessoas e instituições que julgam o cumprimento de regras. Se quem é julgado critica e recorre de decisões, passa a contar com o amuo e, depois, a greve ou a dispensa de quem julga. Os ladrões agradecem.

2 comentários:






  1. É esta a consideração que os bois do apito merecem,transcrevo um pequeno excerto de um enorme texto do Leão do Plástico, que merece ser divulgado e lido por todos, sejam árbitros ou sejam adeptos, do Sporting ou de outro clube qualquer, pois de uma forma ou de outra diz respeito a todos:

    "Os árbitros não têm, há muitos anos, uma boa imagem…deles próprios. Souberam e sabem de colegas que são corruptos, souberam e sabem de colegas que têm uma “agenda” clubística, souberam e sabem de muitos colegas que subiram na carreira à sombra de muitos favores. Nunca mexeram uma palha. Bem pelo contrário. Baixaram e baixam a cabeça e seguem em frente, com a coluna vertebral cada vez mais torta, cada vez mais rastejante, cada vez mais incapaz de separar o mau do bom."

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  2. Segundo parece a escusa tem a ver com o facto de a opinião publica e publicada se referir a eles como padres e diáconos, como nada refere, suponho que preferem ser tratados por sacerdotes, abades ou vigários.

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