domingo, 12 de abril de 2015

Onde é que andavas, Olegário?

Mais um jogo para cumprir calendário. Era para cumprir e cumpriu-se. Ganhámos que era o que interessava, embora tivéssemos jogado a passo de caracol.

Entrámos a dormir. O Setúbal mostrava entusiasmo. Num lançamento de linha lateral criam uma oportunidade. As ordens pareciam óbvias. Biqueirada para a frente para um grandalhão coreano ou lançamentos longos para um ciclista que jogava na lateral direita. Sempre que possível, bater no adversário.

Depois de darmos um quarto hora a vinte minutos de vantagem, pegámos no jogo. Bola de pé para pé, mas tudo um pouco devagar. O Miguel Lopes era o que se mostrava mais empenhado, a parte de um Tanaka que, quando está em campo, dá o que pode e a mais não é obrigado. A continuar assim, o Cédric tem mesmo de assinar por outro clube qualquer, depois de jogar na equipa B um aninho.

Estávamos nessa modorra quando, depois de uma bola às três tabelas, o Miguel Lopes faze um centro perfeito para um cabeceamento ainda mais perfeito do Mané. Mais uma corrida mais uma viagem, lançamento longo para as costas da defesa à procura do Mané, corte em desespero de um defesa do Setúbal e remate imparável do Tanaka.

O jogo parecia resolvido. Só que com o Sporting nunca um jogo está resolvido. Mal começa a segunda parte, numa biqueirada para a frente o Ewerton cai mal, fica magoado, o grandalhão coreano fica sem marcação e faz o que ainda agora tem dúvidas que tenha feito. Jogo em aberto novamente.

Confusão na área do Sporting, um jogador do Setúbal dá uma biqueirada no Ewerton, gera-se a moche do costume e o Olegário mostra amarelo aos dois jogadores, sendo que era o segundo para o jogador do Setúbal. Só que o Olegário depois de começar fica imparável. Pouco depois, inventa uma falta para mostrar o segundo amarelo ao Ewerton.

O espetáculo passou a ter um único artista. Amarelos atrás de amarelos para jogadores do Sporting, com os jogadores do Setúbal sempre à vontade para jogarem como queriam e lhes apetecia. Substituições para cá, substituições para lá, mas o artista continuava a ser só um: Olegário Benquerença. Ao que dizem, o Olegário tem-se recusado a arbitrar jogos, sobretudo os que envolvem as principais equipas. Por isso é que já mal nos lembrávamos dele. Hoje, para que dúvidas não restassem, lembrou-nos a todos o que foi a sua longa carreira no topo da arbitragem nacional.

5 comentários:

  1. Estamos em sintonia. Tinha acabado de escrever isto no meu espaço leonino:

    "Benquerença parecia que estava a reviver uma famosa meia-final da Taça de Portugal no Dragão, onde procurou Caneira (o único com amarelo), no meio de uma confusão para o expulsar e ajudar o seu Porto a regressar ao jogo e ao empate. É bonita esta postura revivalista de Benquerença, dando valor a episódios simbólicos e marcantes da sua carreira e que fizeram a sua História neste "nosso" futebol."

    Incrível, este Benquerença.
    O Sporting, esta época, não recebe nenhum prémio de fair-play. Fruto do número de cartões e expulsões recebidas, qualquer dia vai a Alcochete uma delegação da Nações Unidas fazer uma campanha junto dos atletas do Sporting, para lhes mostrar que a "Violência não é solução". Alguém que ponha termo a isto.

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  2. A "arbitragem" foi uma VERGONHA. Gostava que o comité de arbitragem da UEFA presidido por Pierluigi Colina visse o video deste jogo, veria o estado do futebol português- Mais um excelente serviço prestado, ao futebol português e à arbitragem por olegário e quem o nomeou vitor oliveira...

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  3. Perdão. vitor pereira.

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  4. Não foi o Vigário que chumbou nos testes escritos?

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  5. Caro Rui,

    Estivemos bem no jogo e mostrámos que poder contar com suplentes como Slimani, Tobias ou William torna muito mais fácil gerir um resultado do que tendo ao dispor, por exemplo, Montero, Sarr ou Capel.

    Ainda assim a figura do jogo foi mesmo o Olegário. Tendo em conta que o próximo jogo a sério é lá para o final de Maio eu até acho animado aparecerem estes artistas, não sei é se a rapaziada que paga bilhete pensa o mesmo. Aliás, já aqui disse, que ainda tenho esperanças de ver pelo menos o João Capela e o Bruno Paixão a animarem os nossos jogos, desde que não seja o tal do Jamor.

    SL,

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