sábado, 30 de junho de 2012

A magia do futebol # 1: Não sei quem escreveu o argumento deste filme, mas o tipo é bom…


Imagine que era adepto de um histórico clube oriundo de um País que ama o futebol. Imagine que esse clube tem uma das mais fantásticas massas adeptas do mundo. Imagine que em 2012 esse clube está em posição de descida de divisão nas jornadas finais do campeonato. Imagine que nessas jornadas finais defronta uma equipa que está a disputar o título. Imagine que tudo corre mal ao histórico clube e aos 30 minutos já perde por 2-0.  Imagine que a sua mascote é um amaldiçoado... corvo negro. Imagine que os seus adeptos, habituados a "matadores" do calibre do nosso inesquecível Acosta, sofrem hoje na frente com um avançado nada... Bueno …

Imagine que, de repente, entra na segunda parte o também sempre nosso "Pipi" Romagnolli e começa a fazer as suas genialidades intermitentes… Imagine que, mais tarde, entra o insuspeito Bueno e até ele consegue marcar um... golo (ok, esta é mais difícil de imaginar…). Imagine que, pouco antes de soar o apito final e depois de mais uma jogada mágica do nosso "Pipi", o histórico clube marca o golo da vitória, saindo por milagre da posição de despromoção imediata e levando à loucura até o famoso… Senhor dos Anéis… “Ah, San Lorenzo, dicem que estamos todos de la cabeza…”



12 comentários:

  1. Obrigado Júlio Pereira, andava mesmo a precisar de um "happy end".

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    1. Caro A. Trindade,

      Depois de tantas semifinais e finais leoninamente perdidas durante este ano (até na seleção tivemos direito aquele remake doloroso dos penalties do Moutinho), estamos naquela fase em que queremos acreditar que para o ano é que é, seja contra Porto, contra o Benfica, ou contra os Proenças e Companhia. Mesmo que digam que “estamos todos de la cabeza, mas isso agora não interessa”... Um abraço,

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    1. Caro PB,

      O Pipi Romagnoli teve algum azar na sua carreira. Não fossem as lesões graves que sofreu - salvo erro no México – e teria sido mais um 10 argentino de eleição. No Sporting foi muitas vezes irregular, mas não me esqueço daquela extraordinária segunda volta de 2006-07, quando, em parceria com Nani, praticamente nos levou ao título. Aliás, não fosse a famosa mãozinha do amigo João Ferreira e assim teria sucedido. SL

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  3. Caro Júlio,

    Primeiro, o regresso do maior "blogger" sprotinguista. Depois, como é extraordinário o futebol nas quatro linhas e no estádio. Fora das quatro linhas e do estádio é uma maçada.

    Um abraço

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    1. Caríssimo,

      Ora, ora, uma coisa é escrever de vez em quando e ter piada de quando em vez. Outra coisa é escrever todos os dias com o registo delicioso que só tu consegues.

      Depois de ver estas imagens fantásticas dos hinchas do San Lorenzo e dos do Racing de Avellaneda do filme "O Segredo dos Seus Olhos" fiquei com vontade de um destes anos dar um passeio pela Argentina, nem que seja só para assistir a um jogo de futebol ao vivo. Enfim, quem sabe, pode ser que numa das próximas décadas voltemos a ter mais meses durante o ano. Como dizia o Torres, deixem-nos sonhar.

      Um abraço,

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  4. Como eu gostava que tivéssemos um dia um jogador que, quando acabasse o contrato com o Sporting, enviasse uma carta aos adeptos como a que o Del Piero escreveu na despedida da Juventus.

    E como eu gostava também que o meu clube de sempre - o Sporting - criasse condições para que um futebolista de elevada categoria (já nem peço um Ronaldo) pudesse defender as nossas cores durante 19 anos.

    Infelizmente há anos que o Sporting não tem dirigentes à altura da sua grandeza.

    Transcrevo a seguir a emocionante carta do Del Piero:

    «Acaba aqui. O meu contrato terminou, hoje mesmo. Já se sabia, mas o facto de ser oficial tem um efeito especial em mim. Não é, de qualquer modo, um momento triste. Não mais. Porque quando olho para trás vejo que vivi o sonho mais belo que poderia ter sonhado. Todas as memórias, todas as alegrias, todas as vitórias ficarão para sempre comigo, como aquela despedida no último jogo em Turim. Ficará para sempre no meu coração, como uma fotografia viva. Inapagável.

    Várias vezes ficaram [os adeptos] à minha espera, no final dos treinos, dos jogos, à chuva e ao frio. Fiéis. Hoje pago a minha dívida. Estou aqui eu, para vocês, para os saudar e vos agradecer por tudo. Para vos prestar a minha homenagem. E à camisola que tanto amo, e que sempre respeitei e enchi de suor dedicado. Os jogadores passam, a Juve continua, e agora começará uma nova aventura. Mas nunca vou deixar de torcer pelo clube. Serei para sempre vosso. Um de vós. Adeus rapazes, e obrigado por tudo.

    Alessandro».


    Carlos Serra

    P.S. - Para o Júlio Pereira as minhas desculpas por sair do tema do post.

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    1. Caro Carlos Serra,

      Não tem nada que pedir desculpa, bem antes pelo contrário. A carta do Del Piero que partilhou connosco é algo que qualquer adepto de futebol gostará de ler. A “Vechia Signora” sempre foi e será um grande clube e, por isso, desde que um seu jogador não seja excessivamente ganancioso, poderá continuar por muitos e bons anos. É verdade, no entanto, que jogadores como Del Piero ou Buffon têm o mérito notável de terem passado pelo inferno da descida de divisão da Juve na sequência do Calcio Caos. Nessa altura, teria sido fácil ter pedido para sair ou ter arranjado mesmo um qualquer conflito para o conseguir fazer. Não o fizeram e depois de uma difícil travessia do deserto acabaram esta época por ganhar o título italiano. Uma mais do que merecida saída em grande para o genial Del Piero, para sempre um símbolo da Juve.

      No entanto, nos tempos que correm é muito difícil um jogador com dimensão internacional manter-se muitos anos em clubes como o Sporting, Benfica ou Porto. É verdade que, por vezes, as Direções leoninas não têm ajudado, mas, pelo menos desde o acórdão Bosman, que os empresários e os próprios jogadores – muitas vezes sem quaisquer escrúpulos - fazem uma pressão brutal sobre os clubes para ganhar o máximo sem olhar a meios. Essa pressão é insustentável em todos os sentidos. Aliás, mesmo clubes ricos como o Barcelona não resistiram a essa ganância de empresários e jogadores, como o comprova a célebre transferência de Figo para o Real Madrid.

      Um abraço.

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  5. grande post

    o futebol como devia ser sempre

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    1. Caro Sporting Sempre,

      Obrigado pelas suas amáveis palavras. Também é este o futebol em estado puro que eu adoro. Infelizmente, estou convencido que a maioria dos portugueses não gosta verdadeiramente do futebol enquanto desporto, mas sim de discutir futebol. Empreendedores sagazes como o Rui Santos, o Joaquim Rita ou o Freitas Lobo há muito que percecionaram esse fantástico nicho de mercado do bitaite futebolístico em Portugal e fizeram mesmo disso uma profissão. Da minha parte só lhes posso elogiar a sagacidade e desejar que o País os consiga exportar para outras bandas. O País precisa de internacionalizar os seus melhores ativos.

      SL

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  6. Absolutamente fantástco. Arrepiante.
    Saudades de Pipi. Isto é futebol.

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  7. Lembro-me bem do post do filme "O segredo dos seus olhos" e este excelente post vem complementá-lo, tendo o cinema (neste caso um conceituado actor) como premissa comum. Na Argentina o futebol é loucura. A loucura enquanto resultado de uma paixão, fé e compromisso incondicionais... E como me revejo naqueles argentinos malucos!

    Não sei se o San Lorenzo escapou de descer, mas o ano passado o histórico River desceu e os seus hinchas tornaram-se ainda mais fieis. Não sei pq, mas se fosse argentino, seria do River... Ou talvez saiba... Talvez pq a sua massa adepta é o contraponto àqueloutra que se auto-denomina como a "maior", a "gloriosa" e, já agora, mais protegida, massa adepta lá do sitio... O RIVER é o maior rival dos 'bosteros', os adeptos mais arrogantes e manientos de toda a Argentina... Os lamps lá do sítio... Os mengões do Rio, os merengues de Madrid... Td clubes que cresceram com mta protecção dos bastidores, imprensa e regimes nos seus respectivo(a)s cidades / países.

    SL

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