sábado, 30 de janeiro de 2016

Venha o requerimento e não se fala mais nisso!

Deixei de ver o jogo após o segundo golo da Académica. Num primeiro momento fiquei na dúvida se o golo era do João Real ou do Ewerton, na própria baliza. Poucos minutos depois percebi, o golo era do Cosme Machado.

Imagino o que deve ter dito ao fiscal de linha, que começou por assinalar o fora-de-jogo. “Eh pá! Não me lixes. Temos que aproveitar esta porque tão cedo os da Académica não voltam a chegar à área. Não vês que são uns nabos!”.

O Benfica tem apresentado diversos processos contra o Sporting em diferentes instâncias, quer na justiça, quer nas instâncias desportivas. É necessário acabar com isso. É necessário que, definitivamente, apresente um requerimento para que lhe seja administrativamente atribuído o título de campeão nacional. Há imensas razões para que lhes atribuam o título desta forma. A principal é porque sim. Se essa não bastar, a do costume, a dos catorze milhões de adeptos, resultará seguramente; resulta sempre.

A ideia do requerimento é excelente a vários títulos. Os árbitros estão exaustos. Não se lhes pode pedir mais. Nós, mais um ou dois jogos, vamos acabar com o Paulinho no banco de suplentes. Não deve faltar mais ninguém para expulsar.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O elogio de Sousa Tavares

Fui percebendo pelo que ia lendo num ou noutro blogue sportinguista que havia uma certa animosidade relativamente ao Miguel Sousa Tavares. Acabei por perceber a razão. Terá escrito n’A Bola que, se o Porto não for campeão, prefere que seja o Benfica.

Não percebo a animosidade. Dificilmente se arranjaria maior elogio ao Sporting. Se não houvesse uma forte probabilidade do Porto não ser campeão e do Sporting o vir a ser, não teria necessidade de fazer a afirmação que fez. Se fosse eu diria, se o Sporting não for campeão, prefiro que seja o Tondela.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Não lembrar o que se acabou de ver

Trabalhei até tarde. Cheguei a casa e liguei a televisão. Vi o Jorge Jesus numa conferência de imprensa. Falava que não falava sobre hipotéticas contratações. Um jornalista voltou a insistir numas contratações quaisquer. O Jorge Jesus insistiu na mesma resposta.

Não estava a perceber nada do que se estava a passar. Finalmente, compreendi que tínhamos jogado contra o Arouca. É normal que não me lembre de um jogo que não vi. O que considero estranho é que os jornalistas não se lembrem do jogo que acabaram de ver.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Uma frase batida

Jogar contra o Paços de Ferreira não é fácil. Jogar na caixa de fósforos da Mata Real ainda mais difícil é. Se, as estas dificuldades, se juntar o Artur Soares Dias, então temos quase uma missão impossível. A política é arte de tornar possível o desejável. Jogar concentrado e com a cabeça no lugar é mais ou menos o mesmo. O que parece impossível mas desejável torna-se possível.

Entrámos concentrados no que tínhamos de fazer. Bola de pé para pé com pressão imediata à perda de bola. O Paços de Ferreira não conseguia sair com a bola. Ficou a dúvida também se alguma vez o tentou. Foi empurrado para trás e por lá ficou durante quase setenta minutos. Demorámos a marcar. Por isto ou por aquilo o que parecia inevitável, o golo, tardava.

O Ruiz e o João Mário são verdadeiros artistas. Mas o futebol nem sempre é arte em movimento. Marcámos à conta de três trapalhões. O Jéfferson fez rapidamente um lançamento de linha lateral, o Slimani, à mama (como dizíamos na escola), fez de João Mário, sentou um defesa e passou ao gordo do Chutra-chuta que, por sua vez, fez de Slimani. Um a zero ao intervalo era pouco.

Entrámos na segunda parte da mesma forma que na primeira. O Paços de Ferreira não conseguia ter a bola. Tentava, mas continuava a não passar do meio-campo. Até que, numa perda de bola do Paços de Ferreira, com três passes, um deles para a baliza, se marcou o segundo. O Slimani tinha acabado de molhar a sopa.

Ainda continuámos a controlar o jogo até aos setenta minutos. Depois, bem, depois adormecemos. Àquele ritmo e depois de um dia de trabalho, eu próprio passei pelas brasas. Acordei eu e a equipa sobressaltados com o golo do Paços de Ferreira. O golo é ridículo. Se ridículo é perder o lance de cabeça ao primeiro poste em vantagem numérica, ainda é mais ridícula a intervenção do Paulo Oliveira que, com todo o tempo do mundo, não encostou como devia ao avançado do Paços de Ferreira.

O Freitas Lobo exultava. Rapidamente ficou de monco caído. O João Mário ganhou uma bola, foi para dentro de área, fintou um adversário, deitou outro e ofereceu mais um golo ao Slimani, o suspeito do costume.

O Sporting continua à frente no campeonato. A consternação na comunicação social é total. Não pode ser verdade "tanta rosa decepada, tanta pomba assassinada". O país corre o risco de passar da reflexão à depressão. Temo pelas eleições de amanhã. Ninguém se mobiliza para nada nestas circunstâncias. Tudo pode acontecer. Até a vitória do Tino de Rans.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Dizer e fazer

A minha vida não tem estado para futebóis. Não vi o jogo da Taça da Liga. Perdemos e está o assunto arrumado. Para mim, estava arrumado antes de começar. A Taça da Liga é mais um entretém de meio da semana. Serve também para rodar uns jogadores, dando-lhes ânimo e ritmo. Uns aproveitam, outros nem por isso.

O que interessa é o próximo jogo para o campeonato. Dizem-me que jogamos contra o Paços de Ferreira. Lembrando o jogo do Bessa, dizem-me que jogamos contra o Artur Soares Dias. Não sei o que dizer. Só sei o que fazer: marcar golos e ganhar o jogo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Falemos de bola

No último texto que escrevi por aqui referi que o Sporting podia e devia vencer qualquer equipa do nosso campeonato. Sexta-feira tive um choque com a realidade. No futebol existem três equipas em campo. O Sporting é e foi neste jogo muito mais forte que a equipa do Tondela. Apesar da má entrada no jogo do Sporting o Tondela não criou uma real oportunidade de perigo e o Sporting a jogar mal, dominava o jogo e já tinha ameaçado o golo por mais de uma ocasião. Até que entrou em campo a terceira equipa: contra ataque iniciado à custa de uma claríssima falta sobre Adrien, cruzamento para a área, tropeção na relva e... grande penalidade. Na primeira parte não houve mais futebol para ninguém, uma equipa não mostrou que o saiba jogar, as outras duas estavam de cabeça perdida. Na segunda parte houve futebol enquanto uma equipa que o sabe jogar teve pernas para isso. Não foi por muito tempo, mas o suficiente para marcar dois golos. Quanto às outras equipas, uma continuava a jogar muito pouco (não sabia mais) e a outra mantinha-se de cabeça perdida (excepção ao árbitro assistente que teve na 2a parte a lucidez que lhe faltou na primeira).

A partir daqui podemos dizer e escrever o que quisermos. Podemos criticar o Rui Patrício por fazer o seu trabalho (i.e. sair destemido da baliza e cortar a bola), o Boeck por não o fazer (sabe-se lá por que motivo não arriscou sair aos pés do avançado), o Jefferson por ser lento e não ter feito falta, o Ruiz e o João Mário perdulários. Podemos perguntar porque é que o Jorge Jesus não mexeu mais cedo. Agora o que não podemos nem devemos é esconder que a grande responsabilidade por este empate pertence à tal terceira equipa. Se não fosse aquele acumular de erros grosseiros, só por milagre o Sporting não teria ganho.

Com equipas como estas em campo nós não podemos ambicionar a falar de futebol. Elas acabam com ele. Resta-nos falar de bola, talvez daí o sucesso da nossa imprensa desportiva e inúmeros programas televisivos em que se faz tudo menos falar de futebol.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

União faz a força

Passámos um Natal preocupados. Tínhamos as nossas razões: era difícil prever o que iria acontecer depois da derrota na Madeira. O novo ano trazia três jogos muito difíceis logo a abrir.

A verdade é que entrados em 2016 as coisas dificilmente poderiam ter começado melhor. Estádios cheios, adeptos sempre a apoiar a equipa. Jogadores concentrados e aplicados. Treinador que não complica. Três jogos, três vitórias, dobramos o campeonato em primeiro, isolados.

Posto isto é altura de refletir sobre o que aí vem. Ao longo destes meses percebemos que podemos ganhar a qualquer equipa cá do burgo. Podemos e devemos. Do Benfica nem vale a pena falar. Do Porto devemos dizer que sofremos uma "baixa" com a saída do Lopetegui, mas o que fica do jogo de Alvalade é que os nossos jogadores queriam mais. Muito mais. Se for assim no Dragão, também podemos e devemos ganhar.

Mas também vimos que a equipa não dá para tudo. Teremos uns 16-17 jogadores que contam a sério. Muitos andam claramente a jogar acima das suas possibilidades. Adrien é o capitão e o melhor exemplo: a jogar assim torna-se ridículo não ser o titular da seleção, quanto mais suplente; mas parece sempre que vai "cair para o lado" a qualquer momento. Se isso acontecer que seja quando o William já estiver a jogar ao nível das suas possibilidades. Em princípio será suficiente para ganhar o campeonato.

Com isto sobra o União. Podemos ver essa fatídica noite como uma nódoa. Ou podemos ver como um sinal. A União faz a força. Foi isso que vimos em Alvalade contra Porto e Braga e no Bonfim. Mas se abusarmos a força vai faltar, mesmo com união. Andámos distraídos com a Taça e foi isso que faltou na Madeira: força. Que sirva de exemplo para não desperdiçarmos a melhor oportunidades dos últimos anos de sermos campeões.

domingo, 10 de janeiro de 2016

O bom Jesus é o nosso!

Vi o jogo rodeado de adeptos do Braga. O entusiasmo era grande ao intervalo. Um ou outro, mais veterano nestas andanças, recordava a final da Taça de Portugal. Só que desta vez não havia penalties. Tinha de ser durante os noventa minutos. Parecia impossível, apesar de estarmos a jogar com onze.

Na primeira parte, dois melros em dois tiros do Braga. O Sporting tinha jogado melhor. Teve três oportunidades flagrantes. Primeiro, pelo João Mário completamente isolado. Depois, pelo Slimani completamente isolado também. Por fim, o cabeceamento ao poste do Paulo Oliveira.

Era preciso mudar. O Jorge Jesus sabia disso. O sinal foi dado durante o intervalo. O Gelson Martins aquecia para entrar. Entrou quente, como se viu. Começou desde o primeiro minuto a dinamitar a defesa do Braga. Ganhou o penalty que dá o primeiro golo.

Era preciso continuar a mudar. O Jorge Jesus sabia disso também. Saiu o “chuta-chuta” e entrou o Montero. Arrancou um penalty, que foi perdoado ao Braga. Depois entrou em modo artístico e, ao mesmo tempo, displicente. Só podia marcar como marcou: transformando em fácil o que era difícil. Se fosse fácil também o tinha transformado em difícil. Mas a principal virtude da entrada do Montero foi a colocação do Ruiz do lado esquerdo, como se viu mais à frente.

As mudanças tinham que continuar. Havia jogadores a cair aos bocados. O Jorge Jesus continuava atento. Saiu o João Mário e entrou o Aquilani. O João Mário estava cansado. O Aquilani estava fresco, mas não se notou. Faltava o golo do Slimani. O Ruiz já lhe tinha metido uma redondinha na cabeça. À segunda não perdoou. Pelo caminho, o Rui Patrício safou mais uma à Schmeichel.

Mais um jogo destes e ainda acabamos a morrer de felicidade. É difícil fazer melhor. Para fazer melhor, é preciso arranjar uma defesa em condições. O Naldo facilitou no primeiro golo. O Paulo Oliveira meteu água o tempo todo. O Jéfferson é tão perigoso a atacar como a defender. Por incrível que possa parecer, o João Pereira tem estado melhor do que os seus colegas. Na segunda parte foi fundamental a empurrar a equipa para a frente.

É difícil dizer quem esteve melhor: se os jogadores, se o treinador, se os adeptos. Estiveram todos muito bem. Estiveram tão bem que se pode dizer que fizeram um só: o Sporting. 

sábado, 9 de janeiro de 2016

Os reforços possíveis

Vi jogo contra o Setúbal. Afazeres da vida não me permitiram escrever nada sobre ele até ao momento. As recordações que sobram podem ser promessas para amanhã, no jogo contra o Braga.

Foi o melhor jogo do Sporting esta época. Não foi por ter sido o melhor resultado. Foi o jogo em que melhor se atacou e defendeu. Simplesmente o Setúbal não teve quaisquer hipóteses. A obsessão por recuperar a bola e dispor dela o maior período de tempo possível foi levada a extremos.

Foi essa pressão permanente sobre os adversários que os derrotou. A frustração dos jogadores do Setúbal era por demais evidente. Não poder jogar, não conseguir sair do labirinto em que a equipa do Sporting os metiam, deixou os jogadores do Setúbal sempre à beira de um ataque de nervos.

Por outro lado, quando a bola é recuperada cedo, fica-se sempre mais próximo da baliza e do golo, com a equipa adversária em contrapé. Com bola, tudo parecia fácil e os lances de perigo sucederam-se. Tudo parece fácil quando se sabe o que se faz.

A entrada do Bruno César deu mais poder de fogo ao Sporting. Não foi somente pelos golos que marcou. Foi pela ameaça permanente e pelo contágio (até o João Mário ganhou confiança para marcar um golaço). No ataque aparecem cada vez mas jogadores que podem marcar a qualquer momento. O Slimani deixou de ser o único perigo eminente. Há Slimani, mas também há Ruiz, Bruno César e, pelos visto, João Mário, que agora pode aparecer mais em zonas frontais.

Ganhámos um reforço de Inverno. Perdemos outro. Exprimimos a solidariedade possível, mas os do Porto não são parvos. Mesmo assim, o Rui Vitória mantém-se. Podia ser pior. Seria muito melhor sem a APAF seguramente. Os jogos contra o Nacional e o Guimarães foram oferecidos. Sem estas ofertas, os nossos adversários não estavam a quatro mas a seis pontos pelo menos.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Segurem o Lopetegui!

Há um mito urbano sobre a capacidade do Porto e, em particular, do Pinto da Costa para nos endrominar. Temos que lhes agradecer a contratação do Ghilas ao Moreirense, envolvendo 3,6 milhões de euros por 50% do passe. Se assim não fosse, hoje talvez estivesse no Sporting e não teríamos que contratar o Slimani por trezentos mil euros.

O Lopetegui surpreendeu-nos. Não jogou o Marcano. As nossas fichas estavam todas nele. Meteu o Martins Indi. Não chegou. O Slimani não estava para brincadeiras. Foram dois golos e devia ter sido mais um. Teve tempo a mais para preparar o cabeceamento. Teve tanto tempo que acabou por enviar a bola à barra.

A primeira parte não foi famosa. O golo surgiu finalmente de uma bola parada. O Porto esteve melhor. Cada bola no lado direito do ataque era um autêntico susto. O Jéfferson não defende mal. Simplesmente parece que não vê bem. Ou não vai à bola quando devia ou vai quando devia estar quieto. A conclusão é sempre a mesma: o extremo passa seja de que maneira for.

Esperava-se o pior na segunda parte. Não parecia possível que os laterais conseguissem parar o Brahimi e o Corona. O árbitro começou com uma pressão alta. Passada essa pressão, o Sporting não deu mais hipóteses nenhumas. O Jorge Jesus não deixou.

O Naldo esteve intransponível. Valeu por ele, pelo Paulo Oliveira e pelo Jéfferson. O João Mário fez um grande jogo, a atacar e, sobretudo, a defender. O João Pereira está-lhe agradecido seguramente. O Adrien esteve acima das suas possibilidades. Ninguém me convence que ele é capaz de fazer dois bons remates de fora da área num só jogo. O Bryan Ruiz é um fenómeno. O segundo golo é espantoso. Recebe a bola e avança, parece que a vai passar, para, torna outra vez a avançar, olha para um lado e passa a bola para o outro a isolar o Slimani. Já se disse tudo o que havia a dizer sobre o Slimani. Dois golos à ponta-de-lança num jogo decisivo.

Estou completamente de acordo com o Jorge Jesus. Digo-o com a mesma convicção dele. O Porto esteve muito forte: grande controlo de jogo, excelente posse de bola, bom trabalho tático. Em resumo, o Porto esteve muito bem. Eu gostei.